Cientistas desenvolvem o Espectro de Dependência de Internet: onde você se encaixa na escala do vício?

Você se sente perdido sem o smartphone em mãos e um bom sinal de Wi-Fi?

de REDAÇÃO JORNAL CIÊNCIA 0

Os cientistas desenvolveram um novo Espectro de Dependência de Internet que revela o quão viciado você está em permanecer conectado. No extremo inferior da escala estão os “usuários casuais”, que só ficam on-line para tarefas específicas e se desconectam sem “ficar enrolando”.

Em contraste, os “viciados” reconhecem abertamente a sua dependência de Internet e sabem identificar os impactos negativos em suas vidas. Então, onde você se enquadra na nova Escala de Dependência?

Para criar o espectro do vício em internet, pesquisadores da Universidade de Surrey, na Inglaterra, analisaram o uso da internet por 796 participantes que aceitaram fazer parte do estudo

Os dados revelam que os jovens, com 24 anos ou menos, passam em média 6 horas por dia online, utilizando principalmente os seus smartphones. Enquanto isso, pessoas com mais de 24 anos passam em média 4,6 horas online diariamente.

Pesquisadores fizeram 5 categorias

Utilizadores Casuais: Cerca de 15% dos internautas. Se conectam principalmente à Internet para tarefas específicas e terminam a sessão sem se demorarem. Não apresentam sinais de dependência e geralmente são mais velhos, com idade média de 33 anos, segundo os pesquisadores.

Usuários Iniciais: Representam quase 23%. Muitas vezes ficam online por mais tempo do que o planejado inicialmente. Com idade média de 26 anos, são um pouco negligentes nas tarefas domésticas, mas não se consideram viciados.

Experimentadores: representam quase 22% dos internautas e sentem-se desconfortáveis ​​ou ansiosos quando não estão ligados à Internet. A idade média está entre 22 e 24 anos.

Viciados em Negação: Quase 18% estão nesta categoria. Apresentam comportamentos viciantes, gostam de formar novos relacionamentos online e negligenciam as responsabilidades do mundo real. Preferem estar online em vez de viver o mundo físico. A média é de 24 anos e não admitem que ficam desconfortáveis ​​quando não estão conectados.

Toxicodependentes: Finalmente, a categoria mais grave. Em quase 23%, ocorre dependência em grau avançado, mas diferentemente dos Viciados em Negação, admitem e assumem serem dependentes em estar online e reconhecem os impactos negativos em suas vidas. Embora a média seja de 24 anos, muitos estão abaixo desta idade.

A Dra. Brigitte Stangl, principal autora do estudo, disse: “Nosso principal objetivo era esclarecer a diferença entre usar a Internet de forma problemática e ser viciado nela. Descobrimos que quanto mais jovem, maior a probabilidade de ser viciado em internet”, em entrevista ao Daily Mail.

Desde 2019, crianças e jovens no Reino Unido que são gravemente viciados em Internet ou em jogos de computador podem procurar ajuda através do sistema público de saúde.

Embora ainda não seja reconhecido oficialmente, o vício em internet é encarado, por muitos especialistas, como uma doença mental nova crescente chamada Nomofobia o medo de ficar sem celular, sem bateria, com bateria fraca, ser impedido de usar o aparelho ou não ter acesso à internet.

Em alguns países, psiquiatras e psicólogos já tratam dependência em internet como doença mental, especialmente casos onde o paciente tem a vida social e física totalmente prejudicadas, especialmente em viciados em jogos e games online.

A Dra. Stangl acrescentou: “Nosso estudo ressalta a necessidade de intervenções personalizadas e apoio para indivíduos em vários estágios do vício em internet”. Parece questão de tempo para que os órgãos internacionais de saúde mental reconheçam o vício como um novo transtorno mental na medicina.

Fonte(s): Daily Mail Imagem de Capa: Reprodução / Shutterstock via SapoPT

Jornal Ciência