Anitta lança perfume íntimo para vagina, ânus e pênis e médicos dizem se faz mal à saúde

A cantora apresentou o produto e espera faturar mais de R$ 40 milhões até o fim deste ano. Mas, é realmente necessário perfume nas partes íntimas?

de Redação Jornal Ciência 0

A cantora Anitta anunciou recentemente em suas redes sociais o lançamento de uma colônia chamada “Puzzy” — seu primeiro perfume íntimo.

Ao que tudo indica, ela resolveu lucrar com a região íntima após tornar-se alvo de inúmeras polêmicas e críticas após a divulgação sobre sua tão comentada tatuagem no ânus.

O produto deve custar entre R$ 70 e R$ 100 e foi desenvolvido e testado dermatologicamente e ginecologicamente, não contém álcool e é hipoalergênico.

O perfume será lançado em breve, e poderá ser usado na vagina, ânus, pênis e saco escrotal. Apesar de polêmico, qual a opinião médica sobre um cosmético para perfumar as partes íntimas?

A ideia é inusitada e, mesmo parecendo engraçado, muitos médicos são categóricos e têm receio de cosméticos, mesmo sem álcool, em regiões tão delicadas como as partes íntimas, em especial a vagina — que é a parte interna, região de mucosa.

Ginecologistas argumentam que qualquer cosmético, em geral, pode causar irritação ou alergia na vagina. O mesmo, em tese, vale para a região anal, peniana e escrotal. Sempre é bom ter critério ao passar qualquer cosmético ou produto de perfumaria nestas regiões.

Alguns médicos argumentam que perfumes para região íntima podem alterar o equilíbrio microbiológico natural da vagina e não deveriam ser borrifados nem mesmo na vulva, a parte externa do órgão feminino.

Especialistas reafirmam que uma boa higiene íntima sempre será a melhor opção. A vagina não precisa de perfume para mascarar nenhum odor, pois ela é “autolimpante”. Água e sabão são mais do que suficientes.

As farmácias estão cheias de produtos para higiene íntima, com pH neutro, que prometem vários benefícios, mas a maioria dos ginecologistas dizem que basta lavar com água e sabão neutro (glicerinado), e nunca lavar por dentro, apenas a parte externa.

Usar um perfume para mascarar um odor, seja na vagina ou no pênis, é errado do ponto de vista clínico. Se você apresenta algum cheiro desagradável em suas partes íntimas, precisa consultar um médico para avaliar a possibilidade de infecção e outras doenças.

Cosméticos e perfumes para a vagina, pênis ou ânus são considerados uma moda passageira, e não algo que agregue fundamento científico ou clínico, que traga algum benefício real.

O pênis e a vagina têm cheiro natural próprios e característicos. A limpeza com algo além de água e sabão, não é indicada. Devemos quebrar o tabu que associa cheio natural das partes íntimas à falta de higiene, o que não é verdade e gera milhões em lucros para indústrias que inventam necessidades que não existem.

Uroginecologistas alertam que, após ser constatado não ter nenhuma infecção, e mesmo assim a pessoa se sentir incomodada com o suor da região e quiser usar um perfume íntimo, o produto não deve conter álcool e ser usado apenas uma vez ao dia.

Um perfume para região íntima, especialmente quando focado em mulheres, ressalta um comportamento social propagado de que a região íntima da mulher é “suja” e, por isso, deve ser perfumada.

Isso leva mulheres a lavarem excessivamente o órgão com produtos “especiais”, com medo do julgamento do parceiro, aumentando o estigma e os riscos de desequilibrar o sistema vaginal que protege o órgão, naturalmente.

Imagens: Divulgação

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