Agricultores nos EUA afirmaram que vão acabar com o abate de milhões de pintinhos

de Merelyn Cerqueira 0

Apesar de soar uma teoria da conspiração, a indústria aviária em diversos países sacrifica diariamente milhares de pintinhos machos, de raças de galinhas poedeiras, que, para eles, não têm qualquer uso.

Conforme relatado pelo Science Alert, uma organização de produtores de ovos, que representa cerca de 95% dos agricultores dos EUA, anunciou planos de acabar com esse abate no país até 2020.

Apesar de soar um período muito longo, já que milhões de filhotes ainda morrerão até lá, essa mudança é necessária, e ao que tudo indica, eles estão realmente empenhados em torná-la realidade.

Essa decisão veio em conjunto a Humane League, um grupo norte-americano de proteção aos animais. “A United Egg Producers se orgulha de trabalhar com a Humane League neste compromisso de apoiar a eliminação do abate de filhotes”, disse Chad Gregory presidente e CEO da UEP.

“Estamos cientes de que há uma série de iniciativas internacionais de investigação em curso nesta área, e nós incentivamos o desenvolvimento de uma alternativa com o objetivo de eliminar o abate até 2020, ou assim que a alternativa estiver disponível comercialmente e seja economicamente viável”.

A alternativa em questão é simples: se os filhotes machos não são necessários, então o ideal é impedi-los de nascer, em primeiro lugar.

Segundo os pesquisadores, a implementação deste plano é complicada, mas eles estão confiantes de que possa ser realizada. No início de 2015, a Alemanha se tornou o primeiro país do mundo a firmar um compromisso de acabar com o abate de filhotes machos até 2017.

A decisão foi baseada em pesquisas que indicavam que o sexo da ave poderia ser determinado dentro do ovo. Liderado pela veterinária Maria-Elisabeth Krautwald-Junghanns, da Universidade de Leipzig, o estudo sugere que os embriões machos poderiam ser destruídos “de forma mais humana” do que os métodos de abate atuais. 

Na Alemanha, a técnica irá incidir sobre o preço dos ovos. Segundo o Ministro da Agricultura do país, Christian Schmidt, em entrevista à Associated Press, esse aumento “não passará de dois centavos para o custo de um ovo”.

Já nos EUA, os agricultores afirmaram estar estudando um método que consiste na possibilidade de definir o sexo da ave através de diferenças no DNA. Logo, se um embrião é considerado masculino, será destruído, e o ovo será usado em pesquisas de vacinas ou produção de alimentos para animais de estimação. A razão para que isso possa levar até 2020 é que essa tecnologia ainda não está disponível comercialmente.

Apesar de a Humane League afirmar estar feliz com o compromisso da indústria em acabar com esse tipo de abate, eles ainda não estão satisfeitos sobre como galinhas são tratadas.

Agora, eles disseram que vão continuar trabalhando para assegurar que as condições de vida dos animais de abate sejam consideravelmente melhoradas.

“É um indicador de que a sociedade está começando a reconhecer que os animais de criação têm vidas, sentem dores e realmente importam”.

Fonte: Science Alert Fotos: Reprodução / Pixabay 

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