“Sarlacc” da vida real?

de Merelyn Cerqueira 0

Apresentado por George Lucas nos filmes da saga Star Wars, o monstro Sarlacc possuía uma boca gigante forrada com fileiras de dentes afiados e basicamente era utilizado por Jabba, o Hutt, para dar fim aos seus inimigos.

No entanto, há mais de 520 milhões de anos, a Terra parecia ter o seu próprio Sarlacc vagueando pelos oceanos. De acordo com informações do jornal Daily Mail, paleontólogos afirmaram que um verme de quase um metro de comprimento, conhecido como Pambdelurion, que possuía 12 patas e uma boca gigante, semelhante à besta fictícia, poderia estar guardando o segredo para evolução de bocas similares à sua – vistas em filos modernos como a Priapulida, uma categoria diversificada de vermes marinhos.  

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Há muito que os cientistas têm discordado em relação à origem da evolução deste tipo de bocas. Alguns argumentam que elas podem ter começado a partir do Anomalocaris – o maior predador do mar durante o Período Cambriano, enquanto outros disseram se tratar de um subconjunto do filo Priapulida. No entanto, novas evidências levaram os cientistas da Universidade de Bristol e Museu de História Natural, ambos na Inglaterra, a sugerirem que estes animais podem ter evoluído a partir do Pambdelurion.

De acordo com Dr. Jakob Vinther, que liderou o estudo, “a boca é uma imagem viva do Sarlacc de Star Wars”, referindo-se ao monstro apresentado em “O Retorno de Jedi”. Para chegar a tais conclusões, os pesquisadores viajaram até o Norte da Groelândia, onde encontraram um espécime fossilizado do Pambdelurion – que viveu nos oceanos há 520 milhões de anos e é considerado um parente extinto de artrópodes modernos.

O estudo sugeriu que a boca do fóssil era perfeitamente compatível com as vistas em Omnidens – uma espécie pré-histórica de boca grande e com mesmo arranjo de dentes, encontrada na China. Logo, eles acreditam que os Omnidens teriam crescido para cerca de um metro comprimento e coexistido com os Pambdelurions.

Evidências moleculares ainda demonstraram que os artrópodes estão intimamente relacionados às lombrigas, vermes-crina-de-cavalo, além de espécies do filo Kinorhyncha e Priapulida, que têm estruturas bucais semelhantes.

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Isto resolve um mistério para as afinidades das bocas”, disse o coautor do estudo Greg Edgecomb, acrescentando que os detalhes dos anéis de dentes e placas eram semelhantes. 

Durante o Cambriano, parece que nenhum lugar era seguro. Não importa se você vivia em uma coluna de água ou no fundo do mar, havia uma grande besta que poderia devorá-lo”, disse ele.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ] 

Jornal Ciência