O mistério por trás da Campainha de Oxford Electric Bell

de Julia Moretto 0

Há mais de 170 anos, uma campainha experimental também conhecida como a Pilha de Clarendon funciona, gerando especulações sobre a composição da sua fonte de energia.

Atualmente localizada no Laboratório de Clarendon, na Universidade de Oxford, é um experimento que consiste em dois sinos de bronze debaixo de uma bateria de pilha seca, com uma esfera de metal – ou badalo – balançando entre eles para produzir um ruído característico de campainha, num ciclo que já se repetiu cerca de 10 bilhões de vezes.

Exibido pela primeira vez em 1840, ela foi construída por fabricantes de instrumentos Watkin e Hill, e comprado pelo professor de física Robert Walker. A esfera suspensa entre os dois sinos é de 4 mm de diâmetro e fica alternando entre os sinos por meio da força eletrostática. Ela também produz uma frequência de oscilação de 2 Hertz.

Quando a esfera atinge um dos sinos, a bateria pilha seca correspondente libera uma pequena carga, assim, repelindo o badalo, fazendo-o ser atraído para o sino oposto. O processo se repete com apenas uma pequena quantidade de carga. Por isso, enquanto uma alta tensão é necessária para criar o movimento, a campainha exige apenas um pequeno consumo da bateria, de modo que as pilhas secas continuam a tocar o sino há quase 170 anos. É possível conferir que é uma das experiências científicas mais duradouras no mundo.

O mais interessante sobre o aparelho é a composição interna das baterias. Sabe-se que elas foram revestidas com uma camada isolante de enxofre fundido, a fim de protegê-las contra umidade e outros danos. Em seguida, elas foram ligadas em série na extremidade inferior aos dois sinos.

O seu interior é suspeito de ser semelhante ao das pilhas de Zamboni – uma bateria eléctrica inventada por Giuseppe Zamboni, em 1812. Isto indica que as pilhas secas são provavelmente compostas por camadas alternadas de tiras de metal e papel revestidas com dióxido de manganês, com milhares de camadas de espessura.

Enquanto dispositivos como estes foram considerados uma novidade, sabe-se que ajudaram a distinguir a teoria científica de tensão de contato – uma teoria que tentou contabilizar todas as fontes conhecidas de carga elétrica – e da teoria da ação química – também conhecida como eletroquímica, envolvendo a transferência de elétrons entre o eletrodo e eletrólito

[ Atlas Obscura ] [ Foto: Reprodução / Wikipedia ]

Jornal Ciência