Médicos na Índia salvam vida de jovem que há 19 anos vivia com o fígado fora do corpo

de Merelyn Cerqueira 0

Sauda Suleiman Amour, 19 anos, da Tanzânia, nasceu com o fígado para fora do corpo, em uma situação conhecida como onfalocele, que afeta cerca de um em cada 10 mil bebês todos os anos.

Normalmente, o defeito é corrigido imediatamente após o nascimento, o que não foi o caso de Sauda, que viveu quase duas décadas com o órgão projetado para fora da barriga, segundo informações do Daily Mail.

Devido a condição, bem como o bullying que sofria, a jovem precisou abandonar a escola. Embora sofresse com os comentários de que estava “grávida”, ela tinha muito medo que seu órgão fosse atingido por um soco, ou que caísse sobre ele.

Sauda então foi levada a um hospital em Chennai, na Índia, para passar por uma operação de mudança de vida.

Em um procedimento delicado, os médicos tiveram que inflar seu abdômen com ar por duas semanas e então, usaram Botox para relaxar os músculos antes que pudessem colocar o fígado para dentro do corpo.

Embora tenha sido um processo cansativo, a cirurgia ocorreu tranquilamente. Ela permaneceu nos aparelhos por quatro dias até que seu abdômen fosse ajustado para acomodar o novo inquilino.

Uma semana depois do procedimento, a jovem foi colocada em uma dieta líquida. Então, alguns dias depois, os pontos cicatrizaram, ela recebeu alta e voltou para a Tanzânia.

O que é a onfalocele?

Durante o desenvolvimento no útero, os órgãos abdominais do bebê, como intestinos e fígado, por exemplo, crescem em um tecido transparente independente, do lado de fora do umbigo. No entanto, em uma gravidez normal, essas partes do corpo devem retornar à barriga na décima primeira semana de gestação.

Quando isso não acontece, algo que está relacionado a má rotação do intestino ou distúrbio genético, é caracterizado o defeito congênito da parede abdominal, que é extremamente raro. 

A onfalocele em si não representa uma ameaça, exceto quando vem acompanhada de outros defeitos, incluindo cardíacos, cerebrais, cromossômicos e esqueléticos, algo que não é incomum.

A condição pode ser reparada com cirurgia imediata ou durante o período da infância, dependendo da gravidade

Fonte: Daily Mail / ABC Fotos: Reprodução / Daily Mail

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