Carne mais cara do mundo é mantida em baixíssimas temperaturas e tem validade indefinida

de Bruno Rizzato 0

Normalmente, seria impensável consumir uma carne que estivesse fora do prazo de validade. Porém, graças ao açougueiro francês Alexandre Polmard, é possível desfrutar de carnes “vintage”, ou seja, de vacas que foram mortas há muitos anos.

Polmard oferece aos seus clientes a carne mais cara do mundo, com envelhecimento por “hibernação”, um processo especial que seu avô e seu pai inventaram na década de 90.

O ar frio é soprado sobre a carne a uma velocidade de 120 quilômetros por hora, em um ambiente de -43 ºC, fazendo a carne, teoricamente, durar para sempre. Assim, ela não apodrece com o passar do tempo, continuando a manter o gosto fresco de forma indefinida.

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A carne preparada através do processo de Polmard obviamente não sai barato. O cote de boeuf vintage de 2.000 (unidades do bife), por exemplo, custa cerca de 12 mil reais. O preço alto não só abrange o processo de hibernação, mas também o custo de captação de uma raça exclusiva de gado chamada de Blonde d’Aquitaine.

Alexandre e sua família moram na cidade de Saint-Mihiel, na região de Meuse de Lorena, no nordeste da França. “Minha família nunca sonhou com a criação de animais em galpões apertados, sem espaço para passear. Aqui eles ficam ao ar livre, vivendo em florestas e em campos. Há abrigos em caso chuva ou neve. É realmente um alojamento de cinco estrelas!”, disse ele.

Ele também tenta manter o gado confortável e livre de estresse. Ele explicou que quando uma vaca tem uma vida nervosa, isso resulta em níveis mais elevados de glicogênio e ácido láctico, tornando sua carne insípida e resistente.

Então, Polmard gasta milhões de dólares em infraestrutura para cuidar de suas vacas, e garante que apenas quatro são mortas por semana. “Todo o amor e atenção que damos aos nossos animais são percebidos ao provar sua carne. São exemplares realmente únicos”, disse.

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Na verdade, a quantidade de carne que ele produz é tão pequena que seu açougue lembra uma pequena adega. “Eu queria recriar o mundo do vinho e inserir coisas tradicionais, seduzindo as pessoas mais uma vez para comer carne, oferecendo-lhes algo excepcional”, revelou.

E parece que os clientes apreciam todo o esforço que ele coloca no cultivo e na preservação da carne. Há uma longa lista de espera de pessoas que colocam seus nomes, com meses de antecedência, na tentativa de comprar as carnes mais raras e velhas.

Assim como acontece com o vinho, as diferentes safras que Polmard produz têm diferentes sabores e características. Os cortes mais exclusivos e caros são reservados para alguns chefs de cozinha da região. Polmard diz que ele, pessoalmente, visita os locais para se certificar de que eles entendem as nuances e sutilezas da carne que compram.

[ Fonte: Oddity Central ]

[ Foto: Reprodução / Polmard ]

Jornal Ciência