Massacre de 7.000 anos: cientistas encontram corpos pessoas brutalmente assassinadas durante o Neolítico

de Merelyn Cerqueira 0

Há cerca de 7.000 anos, nove pessoas foram brutalmente assassinadas e jogadas em uma vala comum à beira de um antigo assentamento agrícola.

Embora suas identidades jamais sejam conhecidas, uma coisa é certa, os nove eram considerados intrusas na região, possivelmente rebeldes ou prisioneiros de guerra, uma vez que tiveram uma morte violenta, segundo informações da Live Science.               

Estas não foram as últimas vítimas neolíticas cujas vidas terminaram em violência, mas vários fatores determinam que o novo enterro, encontrado durante um projeto de construção em Halberstadt, Alemanha, em 2013, datam do mesmo período.

Segundo o pesquisador Christian Meyer, arqueólogo que pesquisou o enterro enquanto trabalhava no Escritório Estadual de Gerenciamento de Patrimônio e Arqueologia da Saxônia-Anhalt, na Alemanha, as vítimas não eram locais, mas sim “estranhos com origens desconhecidas”.

A descoberta, que foi publicada em junho na revista Nature Communications, foi feita graças a uma análise de isótopos realizada nos ossos e dentes das pessoas, determinadas por suas dietas.

Os pesquisadores descobriram que as vítimas na vala comum tinham isótopos diferentes em seus restos mortais em comparação com outras pessoas enterradas no mesmo assentamento.

Além disso, os corpos, que não foram cuidadosamente colocados, mas sim jogados, pertenciam apenas a adultos – oito homes e uma mulher – o que é incomum para as covas coletivas do Neolítico, segundo Meyer.

Por exemplo, uma cova do mesmo período encontrada na Alemanha, conhecida como Schöneck-Kilianstädten, que guardava 26 vítimas, incluíram 13 crianças, 11 homens e duas mulheres.

Os ferimentos observados nos corpos das descobertas mais recentes foram encontrados na parte de trás da cabeça. Isso indica que as vítimas provavelmente foram atingidas com força contundente, com base em observações feitas em outros massacres caóticos.

O pesquisador observou ainda que durante o início do Neolítico, o assentamento de Halberstadt pertencia a cultura agrícola Linearbandkeramik (LBK), a primeira da Europa Central a plantar e criar gado. O assentamento também continha vestígios de seis casas comunais e enterros regulares, a maioria dos quais apenas um morto e artefatos do período.

Com base nas evidências, os pesquisadores verificaram dois possíveis cenários: as vítimas foram capturadas nas proximidades como parte de um grupo o qual a missão fracassou, ou foram trazidas de lugares distantes como prisioneiros de guerra.

Embora ainda não saibam a resposta, eles acreditam que é mais provável que elas, que possivelmente também eram agricultores do LBK, tenham sido presas durante um ataque um pouco mais longe do assentamento.  

O massacre também sugere que a situação aumentou os conflitos e pressões sociais, escalando para violência, de acordo com a historiadora Meaghan Dyer, da School of History, Classics and Archaeology at the University of Edinburgh, que não esteve envolvida no estudo.

“Este sítio fornece um padrão claramente diferente de outros massacres conhecidos, representando uma prática anteriormente desconhecida de execução em grande escala e direcionada a homens”, disse ela à Live Science. “Isso lança uma nova luz sobre a violência interpessoal durante um ponto muito importante na pré-história humana”.

Fonte: Live Science Fotos: Reprodução / Live Science

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