TOP 5 erros de profissionais da saúde que beiram o absurdo

de Merelyn Cerqueira 0

Visitar um médico pressupõe confiança nas qualificações do profissional. No entanto, médicos são humanos, o que significa que são suscetíveis a erros. Como o sistema de saúde está cada vez mais complicado, principalmente aqui no Brasil, erros são cada vez mais comuns e, muitas vezes, podem causar problemas que marcarão um paciente para o resto da vida ou levarão à morte. Confira cinco histórias dignas de pesadelo que marcaram a vida de pacientes e familiares.

1 – Alyssa Hemmelgarn: morte por infecção hospitalar

O caso aconteceu em 2007: uma paciente de apenas nove anos chamada Alyssa Hemmelgan foi internada em um hospital, em Denver, Estados Unidos, e não apresentava melhora. A menina tinha inchaço nas glândulas e feridas que não desapareciam, por causa disso, sua mãe, Carole, suspeitava que ela estivesse com mononucleose.

No entanto, quando levou a menina ao médico, a mãe recebeu uma notícia devastadora. Alyssa havia sido diagnosticada com leucemia, o que era muito trágico, mas não significava que seria o fim para a menina. Após uma semana de tratamento, Alyssa apresentou uma rápida melhora, no entanto, pouco tempo depois começou a sentir sintomas terríveis. Apesar dos esforços médicos, a menina morreu poucos dias depois, no entanto, não foi por causa da leucemia, a causa foi infecção hospitalar adquirida na internação.

O fato é que ninguém tinha conseguido encontrar a infecção antes e, posteriormente, descobriram que um dos médicos tinha notado que Alyssa estava “ansiosa” e deram-lhe um medicamento que pode ter encoberto os sintomas. Outra razão para que nada tivesse sido feito, é que existia um custo proibitivo no hospital que impedia que os médicos tratassem infecções graves, já que o antibiótico necessário custa em torno de US$ 50 mil (quase 200 mil reais). Por conta da regra, vários médicos precisavam ter certeza da existência da infecção para que o uso do medicamento fosse autorizado. No entanto, desde a morte da garota, numerosas reformas têm ocorrido em relação aos tratamentos em todos os hospitais da região do Colorado. Neste caso, o erro não foi propriamente médico, mas do sistema de administração e gestão do hospital.

2 – Richard Smith: morte por receber medicamento paralisante

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Richard Smith tinha 79 anos quando, por causa de uma doença renal, precisou receber uma diálise no ano de 2010. Ele se queixou de falta de ar e foi internado na UTI. No dia seguinte, reclamou de uma dor de estômago que sentia e recebeu a prescrição de um antiácido. O medicamento foi ministrado por uma das enfermeiras.

No entanto, não foi um antiácido que o idoso recebeu. Ministraram-lhe pancurônio, um relaxante muscular paralisante utilizando em doses pequenas para intubação de pacientes. Doses maiores, por outro lado, são usadas como injeção letal. Smith sofreu uma parada respiratória, e mesmo com a tentativa de ressuscitação dos médicos, ele já havia sofrido morte cerebral, permanecendo em estado vegetativo até sua morte, que aconteceu um mês depois.

Ao que tudo indica, o medicamento tinha uma embalagem semelhante ao frasco do antiácido, o que pode ter confundido a enfermeira. De acordo com o advogado da família, Andrew Yaffa, foi o “pior caso de negligência médica” que ele já tinha visto em toda a sua vida. Para dar um medicamento errado, a enfermeira teria que deixar de seguir inúmeros protocolos. “Ela não conseguiu ler o rótulo do medicamento que estava dando a um paciente, falhou em fazer a varredura para determinar a dosagem certa da medicação e não conseguiu igualar o ID do paciente com a medicação digitalizada”, disse ele.

Apesar do erro, o hospital ainda permitiu que a enfermeira permanecesse trabalhando no mesmo andar em que Smith tinha morrido. Porém, removeram o pancurônio de todas as estações de medicamentos a que os enfermeiros tinham acesso, deixando-o apenas para anestesistas. 

3 – Regina Turner: erro de cirurgia craniana

Regina Turner viveu o pior pesadelo sobre erros médicos: receber uma cirurgia errada. Ela tinha se submetido a uma craniotomia para corrigir um desvio no lado direito da cabeça, objetivando parar os contínuos derrames com os quais a paciente sofria. Devido a eles, ela já estava com sua capacidade de falar afetada.

Antes de entrar na sala de cirurgia, Regina estava relativamente saudável, consciente e era capaz de cuidar de si mesma. O fato é que, ao invés de corrigirem o lado direito, os médicos realizaram a operação no lado esquerdo. A confusão fez com que a saúde da mulher piorasse: ela já não conseguia mais cuidar de si mesma, estava passou a sofrer de angústia, ansiedade e depressão.

Uma vez que o erro foi encontrado, o procedimento correto foi feito. No entanto, Turner ainda permaneceu debilitada. A falha dos médicos significava que vários protocolos foram negligenciados. Geralmente, antes de uma operação, os cirurgiões e enfermeiros se reúnem e discutem os detalhes de uma cirurgia, passando a limpo tudo o que será feito e definindo exatamente onde a operação será realizada. Aparentemente, no caso de Regina, isso não foi o suficiente para impedir que eles operassem o lado errado de seu crânio.

4 – Andy Warhol: morte por excesso de hidratação

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Em 1987, Andy Warhol, cineasta e aclamado artista do movimento Pop Art, estava precisando uma cirurgia na vesícula biliar. Apesar de ter uma certa fobia de hospitais – e médicos em geral -, ele concordou em passar pelo procedimento, que foi, ao que tudo indica, realizado corretamente.

Como de costume, Warhol recebeu hidratação venosa de manutenção – para permanecer hidratado. No entanto, infelizmente, ele entrou em coma e morreu. Após um inquérito para apurar a causa, descobriram que no momento de sua morte ele estava anêmico, o que provavelmente tinha se desenvolvido antes de ele entrar em cirurgia, mas não foi reparado pelos médicos – que alegaram que Andy estava em ótimas condições para passar pela operação.

Mais tarde, porém, descobriram que o artista tinha recebido uma quantidade de líquidos duas vezes maior do que precisava, o que fez com que seu corpo drenasse os sais minerais, causando arritmia cardíaca e levando a sua morte.

De acordo com o médico particular de Andy, Dr. Denton S. Cox, o artista de 58 anos de idade não foi checado em momento algum. Ele estava com morfina no organismo, que junto com a perda de nutrientes devido ao excesso de fluidos, fez com que seu corpo enchesse. A arritmia de Warhol poderia ter sido facilmente tratada se alguém da equipe médica simplesmente tivesse parado e prestado atenção nele.

5 – Jack Startz: o cirurgião responsável pela “dieta de Hollywood”

Trata-se da história de Jack Startz, um cirurgião plástico de Beverly Hills que deu um rumo muito macabro aos procedimentos realizados por celebridades. As práticas cirúrgicas de Jack ficaram tão famosas que, em 2013, voltaram à tona em um longa da HBO chamado “Behind the Candelabra” (“Minha vida com Liberace”), que retrata um excêntrico cirurgião capaz de fazer qualquer coisa pelo seu cliente, chamado Liberace, interpretado por Michael Douglas.

Em 1979, Liberace, um pianista de renome mundial, ficou horrorizado ao se ver na TV. Sentindo que parecia cada vez mais velho resolveu que faria algumas mudanças em seu rosto. Após o procedimento realizado por Startz, seu rosto ficou tão esticado que ele não conseguia fechar completamente os olhos. Apesar do resultado, Liberace pediu que seu parceiro, Scott Thorson, fizesse a mesma cirurgia para que ficasse com uma aparência mais jovem. O médico rapidamente concordou em repetir o procedimento.

Para realizar o procedimento, Startz deu a Thorson um coquetel de silicone chamado “dieta de Hollywood”, uma mistura altamente viciante feita com cocaína farmacêutica, metaqualona e anfetaminas, que deixou Thorson dependente. A razão para que Startz tivesse concordado em fazer esses procedimentos questionáveis, era por estar passando por problemas financeiros resultantes de alcoolismo e uso de drogas. Assim, o médico tinha encontrado uma verdadeira mina de outro nas injeções de silicone e realizava cada vez mais tratamentos sem qualquer respeito pelos seus pacientes.

Os resultados, obviamente, ficaram assustadores. Elaine Young, uma famosa corretora de imóveis, foi uma das maiores vítimas. Em 1977, ela estava recebendo injeções mensais de silicone, que, num primeiro momento, estavam proporcionando resultados que pareciam desafiar a realidade, tanto que ela passou a recomendar Startz para todos os seus amigos. Porém, três anos depois, seu rosto começou a mudar, deformando-se severamente.

Young até tentou entrar em contato com Startz, mas ele não retornava suas ligações. Ela descobriu que existiam mais 100 ações judiciais movidas contra o médico. De 1965 até 1979, ele havia injetado o coquetel de silicone em 2.000 pessoas, que estavam experimentando os mesmos problemas da corretora. Enfrentando problemas com justiça e com o abuso contínuo de substâncias químicas, Startz colocou uma arma na boca e atirou em si mesmo em 1985.

[ ListVerse ] [ Foto: Reprodução / ListVerse e Pixabay ]

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