Tardígrado é “ressuscitado” após ficar congelado por mais de 30 anos

de Bruno Rizzato 0

Segundo uma pesquisa divulgada na revista Cryobiology, cientistas conseguiram “reviver” um tardígrado congelado por mais de 30 anos.

Os dois exemplares da espécie Juncus antarcticus e um ovo relativo foram encontrados em uma amostra de musgo na Estação Showa, na Antártida, em novembro de 1983. Então, os especialistas armazenaram as amostras em um laboratório japonês, a uma temperatura de -20 ºC, segundo informações do portal Gizmodo. 

Tardígrados, também chamados de “ursos d’água”, são conhecidos como extremófilos, ou seja, podem habitar uma vasta gama de ambientes agressivos. Eles são minúsculos invertebrados microscópicos, normalmente com tamanho inferior a um milímetro, com quatro pares de pernas e garras. Apesar de sua habitabilidade generalizada, pouco se sabe sobre eles.

Enquanto estavam congelados, suas atividades metabólicas ficaram “adormecidas”, colocando-os em um estado chamado criptobiose, sem relatar sinais visíveis de vida. Em março de 2014, os cientistas descongelaram uma amostra para saber se ele poderia “voltar à vida”. Surpreendentemente, depois de 13 dias, as suas funções corporais estavam quase normais, com o exemplar sendo capaz de comer comida de algas. Posteriormente, ele ainda foi capaz de depositar 19 ovos, dos quais 14 já nasceram.

Em seu estudo, os pesquisadores observaram que este é a “mais longa duração cripotbiótica de sobrevivência para tardígrados como animais ou ovos registrada”. No entanto, eles observam limitações na pesquisa, como o desconhecimento da umidade que o musgo continha inicialmente. Esta informação seria importante, pois a desidratação também teria impacto sobre o organismo.

Ainda segundo o Gizmodo, este também não é o registro mais impressionante de um organismo revivido após ter sido congelado. “Este mérito pertence a um verme nematoide parasita, chamado Tylenchus polyhypnus, que sobreviveu por quase 39 anos em um estado congelado”, explicaram em seu artigo. Porém, a “ressurreição” do tardígrado continua sendo um feito impressionante, contribuindo com o grande número de evidências a respeito da resiliência da espécie em uma grande variedade de ambientes.

[ IFL Science ] [ Foto: Reprodução / IFLS ]

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