Prótese desmontável funciona como brinquedo e ajuda crianças contra o preconceito

de Redação Jornal Ciência 0

Quando uma criança recebe próteses, um dos maiores desafios é ensiná-la a usar o seu novo braço ou perna de forma correta.

Embora a maioria das crianças seja incrivelmente adaptável e possa usar um dispositivo protético mais facilmente do que alguns adultos, ensiná-las a superar a vergonha ou o constrangimento de interagir com outras crianças que se sentem desconfortáveis ​​com esta tecnologia, pode ser um processo difícil.

Assim, uma equipa liderada por Carlos Arturo Torres Tovar, da Universidade Umeå, na Suécia, decidiu projetar um braço protético que funciona como um brinquedo incrível que tanto o usuário quanto seus amigos podem jogar. Nomeado IKO, o dispositivo se parece com um braço protético regular, exceto pelo fato de ser fácil de usar e ter um design twist-and-lock, ou seja, que lhes permite montá-lo e desmontá-lo facilmente, substituindo a mão regular de três dedos com personalizadas criações de Lego.

IKO é um sistema protético criativo concebido para a criança explorar e capacitar sua criatividade de uma forma lúdica, social, e amigável“, dizem os designers em seu site. “E se as crianças pudessem usar a imaginação para criar suas próprias ferramentas de acordo com as suas próprias necessidades? E se as crianças pudessem fazer suas próprias próteses e se divertir ao mesmo tempo? Aprender. Criar. Sendo crianças”, completa o texto.

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Andrew Liszewski explica, no portal Gizmodo, que quando a criança tem acesso a criações de Lego, com uma série de kits que lhes dão o software e hardware para criar robôs customizáveis, o anexo pode ser manipulado como uma mão protética. “Mas o movimento não é essencial para a utilidade da IKO”, diz Liszewski. “As crianças adoram Lego, pois ele as ajudam a aflorar a imaginação e mesmo se o laser que elas anexarem à extremidade do braço não disparar de verdade, na mente de uma criança ela ainda vai se sentir como um super-herói”.

A esperança é que, ao dar às crianças com deficiência a oportunidade de transformar seu braço protético em um jogo, elas possam envolver outras crianças na brincadeira e superar quaisquer problemas de autoestima por relacionamento, evitando o sentimento de se sentirem diferentes e isoladas.

Não há um prazo para o início de sua comercialização e as próteses ainda estão em fase de desenvolvimento. A equipe espera um financiamento para tornar a tecnologia amplamente disponível às crianças.

[ Science Alert / Gizmodo ] [ Fotos: Reprodução / Core77 Design Awards ]

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