Novo material pode armazenar luz solar durante o dia e liberar calor durante a noite

de Bruno Rizzato 0

A energia solar pode ser uma grande aliada aos métodos sustentáveis de reprodução energética.  Sendo assim, os cientistas estão trabalhando em maneiras eficientes de armazenar a energia do Sol para uso durante o período noturno ou em dias nublados.

Um novo tipo de material pode fazer exatamente isso: armazenar a energia solar quando ela está em abundância, e liberá-la na forma de calor, mais tarde, conforme necessário.

A película de polímero transparente desenvolvida por uma equipe do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA foi divulgada na Advanced Energy Materials e pode ser aplicada a muitas superfícies, incluindo vidro e roupas.

Imagine uma jaqueta com sistema de aquecimento, ou um sistema de para-brisas que queime o gelo do carro pela manhã (um problema em países que nevam) com a energia acumulada no dia anterior. “Este trabalho apresenta uma maneira emocionante de captação de energia simultânea e armazenamento em um único material. A abordagem é inovadora”, disse Ted Sargent, da Universidade de Toronto, no Canadá, que não estava envolvido na pesquisa.

Foto: Reprodução / MIT
Foto: Reprodução / MIT

Muitas iniciativas de armazenamento de energia solar se concentram na conversão da energia em eletricidade, economizando a eletricidade para uso posterior. A nova abordagem faz outro caminho. Ela usa uma reação química que produz calor, em vez de energia. Desta forma, a energia pode ser mantida indefinidamente em “uma configuração molecular estável”, até que esteja pronta para ser implantada, explicaram os pesquisadores.

A chave para o processo é uma molécula que pode manter-se estável em uma das duas configurações. A luz solar incidente pode ser armazenada em outra forma, como luz, calor ou eletricidade, é, ao devolvê-la ao seu estado original, desprende temperatura.

Estes combustíveis solares térmicos (STF) já foram desenvolvidos antes, mas este novo método constitui a primeira utilização do material em estado sólido (neste caso, um polímero), em vez de um líquido, podendo fazer toda a diferença em termos de como ele pode ser usado. Além do mais, ele é baseado em materiais de baixo custo.

Os pesquisadores continuam trabalhando no ajuste da fórmula existente com o objetivo de remover a ligeira coloração amarelada que o polímero tem, atualmente, e impulsionar o aumento do nível de calor de 10°C a até 20°C. Um dos primeiros usos práticos poderia ser em carros elétricos, que podem sofrer redução de potência no frio, devido à energia extra necessária para o aquecimento.

Fonte: Science Alert Foto: Reprodução / Pixabay

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