A energia solar pode ser uma grande aliada aos métodos sustentáveis de reprodução energética. Sendo assim, os cientistas estão trabalhando em maneiras eficientes de armazenar a energia do Sol para uso durante o período noturno ou em dias nublados.
Um novo tipo de material pode fazer exatamente isso: armazenar a energia solar quando ela está em abundância, e liberá-la na forma de calor, mais tarde, conforme necessário.
A película de polímero transparente desenvolvida por uma equipe do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA foi divulgada na Advanced Energy Materials e pode ser aplicada a muitas superfícies, incluindo vidro e roupas.
Imagine uma jaqueta com sistema de aquecimento, ou um sistema de para-brisas que queime o gelo do carro pela manhã (um problema em países que nevam) com a energia acumulada no dia anterior. “Este trabalho apresenta uma maneira emocionante de captação de energia simultânea e armazenamento em um único material. A abordagem é inovadora”, disse Ted Sargent, da Universidade de Toronto, no Canadá, que não estava envolvido na pesquisa.
Muitas iniciativas de armazenamento de energia solar se concentram na conversão da energia em eletricidade, economizando a eletricidade para uso posterior. A nova abordagem faz outro caminho. Ela usa uma reação química que produz calor, em vez de energia. Desta forma, a energia pode ser mantida indefinidamente em “uma configuração molecular estável”, até que esteja pronta para ser implantada, explicaram os pesquisadores.
A chave para o processo é uma molécula que pode manter-se estável em uma das duas configurações. A luz solar incidente pode ser armazenada em outra forma, como luz, calor ou eletricidade, é, ao devolvê-la ao seu estado original, desprende temperatura.
Estes combustíveis solares térmicos (STF) já foram desenvolvidos antes, mas este novo método constitui a primeira utilização do material em estado sólido (neste caso, um polímero), em vez de um líquido, podendo fazer toda a diferença em termos de como ele pode ser usado. Além do mais, ele é baseado em materiais de baixo custo.
Os pesquisadores continuam trabalhando no ajuste da fórmula existente com o objetivo de remover a ligeira coloração amarelada que o polímero tem, atualmente, e impulsionar o aumento do nível de calor de 10°C a até 20°C. Um dos primeiros usos práticos poderia ser em carros elétricos, que podem sofrer redução de potência no frio, devido à energia extra necessária para o aquecimento.
Fonte: Science Alert Foto: Reprodução / Pixabay