Norte-americano cita 5 razões para que as Olimpíadas Rio 2016 sejam canceladas

de Merelyn Cerqueira 0

A partir do dia 5 até 21 de agosto, ocorrerá no Rio de Janeiro o maior evento esportivo do mundo. Entretanto, apesar de termos sediado com graça a Copa do Mundo de 2014, ao que tudo indica, os estrangeiros norte-americanos não acreditam que devamos seguir em frente com a realização dos Jogos Olímpicos.

Em uma pesquisa conduzida pela seguradora Allianz Global Assistance, cerca de 49% dos norte-americanos acreditam que as Olimpíadas deveriam ser canceladas, adiadas ou realocadas. Ainda, cerca de 71% deles disseram não ter interesse em viajar ao Rio para acompanhar o evento. Assim, em uma lista preparada pelo polêmico colunista Adam Tod Brown, ao site Cracked, foram listados cinco motivos do porquê os jogos deveriam ser cancelados.

5 – Zika Vírus

Esse problema certamente apareceria na lista. No começo do ano foram relatadas preocupações sobre a epidemia que tomou conta de alguns países sul-americanos. No entanto, apesar do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), terem recomendado que mulheres grávidas (por causa dos surtos de microcefalia associados à infecção) evitassem viajarão Brasil, a médica da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, afirmou que não há razões para cancelar, adiar ou mudar o local dos jogos.

No entanto, Adam lembrou que, no mês passado, 150 médicos assinaram uma carta pedindo a OMS que cancelassem ou adiassem os jogos. A Organização, no entanto, respondeu pela liberação juntamente com uma declaração destinada a tranquilizar os viajantes sobre uma provável propagação do Zika Vírus durante os Jogos. Segundo eles, em agosto, a atividade do mosquito estará em declínio.

Contudo, o jornalista disse não estar convencido com a situação. Para ele, essa constatação foi feita com base de que esse mês será mais frio e menos chuvoso, no entanto, os ovos do mosquito não morrerão, eles só ficarão “adormecidos”  até que o tempo mude. Logo, qualquer aumento de temperatura, segundo ele, poderá fazer com que esses ovos eclodam.

4 – A poluição

Parte do apelo que vem junto com a oportunidade de ser uma cidade-sede é que, em teoria, os jogos olímpicos proporcionarão um aumento de empregos e benefícios a longo prazo para os residentes após o término do evento. Isso, no entanto, segundo Adam, não acontecerá no Brasil. Uma das maiores preocupações, no entanto, será enfrentar a poluição, especialmente na Baía de Guanabara.

Segundo ele, uma grande quantidade de esgoto é jogada diariamente dentro da Baía da Guanabara. O governo brasileiro chegou a prometer reduzir em 80% essa emissão até a cerimônia de abertura. A preocupação aqui é a proliferação de bactérias, essencialmente as resistentes a antibióticos que podem ser encontradas em condições semelhantes, segundo ele.

Adam ainda lembrou dos problemas de corrupção que enfrentamos, e que por esse motivo o dinheiro alocado para a limpeza da Baía desapareceu. Agora, com a despoluição das águas fora de questão, os atletas estariam em risco de contaminação, apesar do Comitê Organizador (COI), através de alguns testes, verificar a ausência dos patógenos virais e superbactérias. 

3 – A infraestrutura

O problema de infraestrutura já é um velho conhecido, desde a Copa de 2014. Segundo Adam, alguma das obras mais importantes, como o velódromo, ainda não foram concluídas por causa de divergências contratuais entre empresas construtoras e o governo.

No entanto, por mais que ela seja construída a tempo, não poderá ser utilizada para os Jogos, pois nenhum evento de teste poderá ser realizado em tempo do início das competições. Para exemplificar essa situação, ele citou o acidente que ocorreu na Ciclovia Tim Maia em abril deste ano, onde seu desabamento causou a morte de dois ciclistas.

Outro problema apresentado foi o do sistema de transportes públicos para uso turístico que, segundo projeções, serão concluídos apenas quatro dias antes do início dos jogos.

2 – A segurança

Para ilustrar esse fator ele citou as favelas brasileiras, especialmente as cariocas, mais conhecidas pelos norte-americanos a partir do filme Cidade de Deus. Chamados por ele de “horríveis e malditos bairros”, ele afirma que os eventos do filme são baseados em fatos reais e que essa é a realidade de muitas favelas do país, citando o Complexo da Maré como o “mais notoriamente violento de todos”.

Localizada próxima a um dos aeroportos, ele sugere que os turistas convergirão para essas áreas que tem sido alvos de “pacificação” pela polícia local. Adam lembra que uma força policial foi exclusivamente destacada para manter essa área em cheque e que começará a atuar no momento que os jogos começarem. “Trata-se apenas de uma cortina de fumaça destinada a mascarar o fato de que o Brasil não tem investido em tecnologia e equipamentos necessários para manter as pessoas seguras”, escreveu.

1 – Os brasileiros não se importam com as Olimpíadas

Para ele, esse é o motivo mais simples: “ninguém quer ir às olimpíadas eles. Quando quase todos os aspectos do seu país estão caóticos, a última coisa que passa pela sua cabeça é conseguir lugares bons nas arquibancadas para curtir os Jogos”, apontou. Este aspecto é ilustrado pela falta de procura de ingressos, que, até o momento, foi resolvida pelo governo através da compra dos bilhetes restantes para distribuição entre crianças em idade escolar.

Adam também afirma que, no momento, estamos “muito ocupados protestando sobre alguma coisa”. Além disso, essas controvérsias sobre a realização dos Jogos já chegaram em alguns dos atletas mais importantes, como o golfista Vijay Singh e o jogador de basquete da NBA Steph Curry, que atua pelo Golden State Warriors, que se recusaram a participar do evento.

Logo, em contramão dos entusiastas esportivos, ele afirma que a maneira mais óbvia para garantir a segurança das Olimpíadas é cancelando o evento e tentar realizá-lo em outro lugar novamente, daqui a quatro anos.

[ Cracked ] [ Foto: Reprodução / Click Guarulhos ]

Jornal Ciência