A neozelandesa Danielle Daals irá morar em uma banheira por 30 dias, em Miami, EUA, para protestar contra o cativeiro de Lolita, uma orca.
No próximo mês, a ativista de 29 anos ficará na banheira, do lado de fora do Miami Seaquarium, a fim de chamar a atenção da mídia e de grupos ativistas para a situação do mamífero. Desde 1970, a baleia de 6,7 metros foi confinada em um aquário muito pequeno para ela, sendo o menor recinto para uma baleia da América do Norte.
Daals, que teve autorização para protestar do lado de fora da propriedade do parque, também vai carregar cartazes e imagens de Lolita para protestar, dizendo que “vive em uma banheira como ela” e chamar a atenção das pessoas. Ela espera que sua campanha seja eficaz para libertar a baleia de 3,2 toneladas do cativeiro e devolvê-la ao seu habitat – onde estão presentes outras orcas raras e ameaçadas – próximo ao Puget Sound, na costa de Seattle.
Até agora, as autoridades do Miami Seaquarium não parecem muito impressionadas com os esforços de Daal, ou com as centenas de manifestantes que estão se juntando a ela todos os dias, na tentativa de convencer os visitantes a não entrar no parque. As autoridades do parque nomearam a baleia como uma “embaixadora para a sua espécie” e disseram que “Lolita vai continuar recebendo o mesmo cuidado, estímulo e atenção que ela teve por quase 45 anos”. “Não há nenhuma evidência científica de que a baleia de 49 anos possa sobreviver caso seja movida de sua casa, no Miami Seaquarium, para o oceano ou águas abertas ao noroeste do Pacífico”, acrescentou o comunicado oficial.
Daals, no entanto, está convencida de que Lolita será capaz de se adaptar a um habitat selvagem, já que ela não era muito jovem quando foi capturada. “Ela tinha uns seis anos quando foi tirada do mar, e como tamanho do seu cérebro é cerca de cinco vezes maior que o nosso, espera-se que ela possa se lembrar das coisas que aprendeu, como a forma de se alimentar”, disse ela.
Em Miami, Daals fica o dia todo na banheira e volta para a casa onde está hospedada por uma família generosa que empresta-lhe um quarto. Ela sente falta de sua família, que ficou em Lower Hutt, na Nova Zelândia, especialmente de seu filho de dois anos. Porém, ela garante que este é um sacrifício que está disposta a fazer por Lolita.
“Ao embarcar neste desafio, vou experimentar os mesmos sentimentos do cativeiro que ela vive, como a separação da família e do local em que vive. Será extremamente difícil para mim ficar longe da minha família por um longo tempo, mas eu sei que meu filho um dia vai me compreender e admirar por lutar por aquilo em que acredito, de forma muito corajosa”, escreveu ela em sua página do GoFundMe, pela qual arrecadou dinheiro para cobrir o custo do protesto.
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