Língua “preta e peluda” ainda é uma condição pouco conhecida pela ciência

de Redação Jornal Ciência 0

Uma condição verdadeiramente assustadora deixou os cientistas curiosos após ter sido relatada no jornal científico New England Journal of Medicine.

Conhecida como “língua preta e peluda” – vulgarmente falando –, a condição clínica ocorreu com uma paciente de 55 anos depois de tomar o antibiótico minociclina para iniciar um tratamento de uma ferida com sinais de infecção desenvolvida em um acidente de carro.

Após uma semana tomando o medicamento, a paciente relatou sentir enjoos e um “gosto ruim” na boca. Ela também relatou que sua língua começou a ficar como um carpete, com uma penugem preta. 

De acordo com o Dr. Yasir Hamad, professor de medicina da Universidade de Washington, trata-se de um caso atípico. Apesar da aparência, não ocorre crescimento de pelos.

A condição ocorre porque as papilas gustativas da língua começam a crescer de forma anormal e, por não estarem conseguindo eliminar as células mortas de modo eficiente, a língua torna-se preta com aparência “peluda”.

Além disso, bactérias e detritos de alimentos se acumulam nesta “massa de células mortas alongadas” e é este o motivo da língua tornar-se negra. Café, chás e cigarro contribuem para a cor escura. Outro caso como este foi relatado no World Journal of Gastroenterology, em 2015.

Como se desenvolve a “língua peluda”?

O uso de antibióticos somado à péssima higiene bucal, além do uso de tabaco ou enxaguatórios bucais irritantes poderiam, em teoria, contribuir para desenvolver o problema.

Os cientistas ainda não entendem como o problema ocorre, os fatores específicos para a condição ainda não são claros e não se sabe exatamente como um ou outro antibiótico poderia desencadear o problema. Os fatos bioquímicos ainda permanecem um mistério.

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