Morre paciente que alegou estar curado do câncer com óleo de maconha

de Merelyn Cerqueira 0

David Hibbitt, 34 anos, da Inglaterra, foi diagnosticado em 2012 com um câncer de intestino. Inicialmente submetido a cirurgia e radioterapia, eventualmente lhe disseram que sua condição era terminal.

Desesperado, ele pesquisou tratamentos alternativos para prolongar sua vida, e encontrou um óleo de Cannabis sativa que custava cerca de 50 euros o grama (R$ 186). Acreditando que seu último recurso estava dando resultados, e alegando que o produto milagroso melhorou sua vida, ele logo descobriu que o câncer havia se espalhado para o pulmão e cérebro, o que acabou causado sua morte, no início deste mês. Agora, sua família luta por mais pesquisas sobre o uso desse tipo de óleo para pacientes com câncer.

Dave havia sido diagnosticado com um câncer intestinal em estágio três, após procurar ajuda médica para tratar o que acreditava ser hemorroidas. Depois de passar por tratamentos em um Hospital em Manchester, o câncer acabou voltando e em julho de 2013, precisou passar por uma nova cirurgia, seguida de sessões de quimioterapia.

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Segundo a família, ele estava muito bem durante o Natal de 2014, mas, um mês mais tarde descobriu um novo nódulo. Os médicos lhe disseram que o câncer havia se espalhado para os gânglios linfáticos na virilha.

Quando descobriu que teria apenas mais 18 meses de vida, ele resolveu procurar novos recursos. Em julho de 2015, após realizar uma série de pesquisas, acabou descobrindo sobre o óleo de maconha. Assim, em agosto do mesmo ano, decidiu interromper a quimioterapia e iniciar o novo tratamento.

Em outubro, realizou uma nova operação para remover os gânglios linfáticos comprometidos. Na sequência, ainda sob o tratamento do óleo, ele realizou novos exames em janeiro deste ano, e descobriu estar bem. A dor havia desaparecido fazendo-o acreditar que outros pacientes, em condições semelhantes, precisavam ter consciência de outras opções de tratamento. Ele esperava que sua história pudesse inspirá-los. Logo, em março, ele descobriu novamente que o câncer havia se espalhado, atingido agora seu cérebro e pulmão. Assim, inevitavelmente, no início deste mês, ele acabou morrendo.

Segundo sua esposa, Heather, ela não queria que ele tivesse iniciado esse tratamento, primeiro porque o óleo era ilegal no país. No entanto, mudou de ideia ao ver que ele estava começando a melhorar. “Me acostumei com isso, ele era uma pessoa determinada, fez diversas investigações. Estava determinado a viver”.

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Entretanto, de acordo com pesquisadores da Cancer Research UK, há este conhecimento de que muitos pacientes utilizam extratos de maconha em tratamentos alternativos. Contudo, não há “nenhuma evidência” científica que comprove que são seguros e eficazes. “Nós sabemos que os canabinoides – os produtos químicos ativos encontrados na maconha – pode ter uma gama de diferentes efeitos sobre as células cancerígenas cultivadas em laboratório em tumores de animais”, disse a Dra. Kat Arney. “Mas no momento não há boas evidências de ensaios clínicos para provar que eles podem tratar com segurança o câncer”.

Atualmente, a Cancer Research UK está apoiando ensaios clínicos para o tratamento de câncer com medicamentos à base de canabinoides, a fim de recolher dados sólidos sobre os potenciais benefícios.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Daily Mail ]

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