Megaeclipse deixa estrela nas “sombras” durante 3 anos inteiros

de Rafael Fernandes 0

Se você acha que as noites de inverno são longas, prepare-se. Existe um mundo onde, uma vez a cada 69 anos, o Sol desaparece quase totalmente por três anos e meio.

Astrônomos descobriram um sistema estelar binário (duas estrelas que orbitam entre si), que possui um novo recorde para o mais longo eclipse estelar já conhecido. Ele bate o recorde do sistema anterior – Epsilon Aurigae, uma estrela gigante que sofre o eclipse por sua estrela companheira a cada 27 anos, por períodos que variam de 640 a 730 dias.

A descoberta foi feita a partir de chapas fotográficas tiradas em Harvard, na década de 80, como parte do Digital Access to a Sky Century at Harvard (DASCH), por uma equipe de astrônomos das Universidades de Vanderbilt e de Harvard.

As curvas de luz de Epsilon Aurigae são retratadas no topo, enquanto as curvas de luz do novo sistema binário são mostradas embaixo.
As curvas de luz de Epsilon Aurigae são retratadas no topo, enquanto as curvas de luz do novo sistema binário são mostradas embaixo.

O sistema fica a 10 mil anos-luz da Terra e, enquanto ainda não tem nome, é conhecido pelo seu número de catálogo: TYC 2505-672-1. “É o mais longo eclipse estelar e a mais longa órbita para eclipse em um sistema estelar binário já encontrado”, disse Joey Rodriguez, renomado pesquisador e autor principal do artigo.

A universidade tinha recentemente começado a colocar as placas de 1980 à 1989 em forma digital, quando o sistema binário chamou a atenção de Sumin Tang, uma estudante de pós-doutorado que, logo em seguida, apresentou seus próprios resultados do sistema em uma conferência, o que levou à parceria entre Rodriguez e Tang em prol do estudo do caso.

A equipe usou mais de 9.000 fotos do sistema estelar binário registradas pelo Kilodegree, um pequeno telescópio (foto).
A equipe usou mais de 9.000 fotos do sistema estelar binário registradas pelo Kilodegree, um pequeno telescópio (foto).

Eles encontraram 9 mil fotografias do sistema tiradas pelo telescópio Kilodegree Extremely Little Telescope (Kelt). Eles descobriram que o sistema é feito de um par de gigantes vermelhas (estrelas gigantes).

O sistema fica tão longe que eles foram capazes de extrair apenas uma quantidade limitada de dados, mas puderam estimar que a superfície da estrela companheira é cerca de 2.000 vezes mais quente que a superfície do nosso Sol.

A distância entre os dois é quase tão grande quanto a entre o nosso Sol e o Planeta Urano.

Fonte: Daily Mail Foto: Reprodução / Daily Mail

Jornal Ciência