Maior estudo já realizado estima que a Terra é o lar de mais de 1 trilhão de espécies

de Merelyn Cerqueira 0

Biólogos norte-americanos realizaram o maior estudo de formas de vida presentes na Terra.

Ao combinar mais de 35 mil análises separadas entre seres microscópicas e não microscópicos, eles estimaram que nosso planeta possui mais de 1 trilhão de espécies diferentes. Isso significa que nós somos apenas uma pequena e ínfima porção desse resultado – cerca de um milésimo de 1%. 

Para chegar a esse resultado eles analisaram a gigante quantidade de dados de estudos anteriores. Esta enorme compilação de formas de vida documentadas cobriu 5,6 milhões de amostras de espécies de todo o mundo, desde oceanos e massas de terra (exceto pela Antártida).

Segundo Jay Y. Lennon, da Universidade de Indiana e membro da equipe, estimar o número de espécies da Terra é considerado um dos maiores desafios da biologia. “Nosso estudo combinou os maiores conjuntos de dados disponíveis com modelos ecológicos e novas regras sobre a abundante relação da biodiversidade. Isso nos deu uma nova e rigorosa estimativa para o número de espécies microbianas na Terra”, disse ele.

Essa não é a primeira tentativa científica em medir os seres vivos do planeta. Porém, graças aos novos avanços no campo da análise genética, os cientistas podem oferecer estimativas mais precisas do que as que eram proporcionadas através de métodos ultrapassados – especialmente quando se trata de formas de vida microscópicas. 

Essas ferramentas avançadas fornecem uma nova perspectiva sobre a enorme quantidade de microrganismos existentes. Com o benefício de fontes de dados pré-existentes e utilizando as técnicas de identificação mais recentes, os pesquisadores foram capazes de desenvolver um novo escalonamento para prever quantas outras formas de vida, ainda não descobertas, poderiam existir no ambiente.

Nós suspeitamos que aspectos da biodiversidade, como o número de espécies na Terra, teriam escala com a abundância de organismos individuais”, disse o biólogo Kenneth J. Locey, que elaborou o inventário. “Depois de analisar uma enorme quantidade de dados, observamos tendências simples, mas poderosas, em como a biodiversidade muda de acordo com escalas de abundância. Uma dessas tendências é sobre um dos mais amplos padrões da biologia, assegurado por todas as magnitudes de abundância na natureza”.

Com este dimensionamento em mãos, a equipe estimou que cerca de 1 trilhão de espécies vivem no planeta Terra, no mínimo. “Nossa análise sugere que há mais espécies microbianas na Terra do que há estrelas em nossa galáxia,” disse Lennon. “Este tipo de descobertas fará grandes mudanças na forma como vemos a árvore da vida e certamente vai exigir a reescrita dos livros de biologia”. O estudo foi publicado pela Proceedings of the National Academy of Sciences.

[ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / Wikipédia ]

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