O Projeto Loon, da Google, possui o plano ambicioso de fornecer conectividade à Internet para áreas do planeta que ainda não desfrutam de boa qualidade ou alcance de sinal.
Para isso, eles lançarão uma enorme frota de balões de hélio que ficará na estratosfera da Terra, 20 quilômetros acima da superfície, de uma forma que possam criar uma rede de comunicação de alta tecnologia integrada, transmitindo sinais de acesso à web para a superfície.
A ambição do Google é fornecer um serviço de dados perpétuo para aqueles que vivem em zonas de alcance restrito, superando grandes barreiras e confrontando operadoras de serviço tradicionais. Apesar de parecer ficção científica, este não é um conceito tão distante. Segundo a empresa, o Projeto Loon começará neste ano, com testes funcionando conforme o planejado.
“Precisamos de cerca de 300 balões ou mais para fazer uma sequência contínua ao redor do mundo”, disse Mike Cassidy, vice-presidente do Projeto Loon, em entrevista à BBC. “À medida que eles se movem junto com o vento, ficando fora de alcance, outros tratam de tomar o seu lugar. Esperamos construir no próximo ano o nosso primeiro anel contínuo ao redor do mundo, para termos algum tipo de cobertura em certas regiões”, completou.
O primeiro anel vai cercar uma área acima do Hemisfério Sul, com 300 balões posicionados fornecendo conectividade para a atmosfera, em uma área de 40 km de diâmetro. Os balões do Google já estão em fase adiantada, desde que a empresa anunciou o conceito do Projeto Loon, por volta de 2013.
“Antes, os balões durariam de cinco a 10 dias na estratosfera. Agora desenvolvemos balões que duram quase 187 dias”, disse Cassidy. “Nós também melhoramos o processo de lançamento. Com um guindaste automatizado, podemos lançar um balão a cada 15 minutos, necessitando da operação de duas ou três pessoas”.
A conectividade fornecida pelo Projeto Loon também tem crescido drasticamente. O serviço fornecido originalmente seria semelhante a redes celulares 3G, mas agora os balões podem fornecer dados em velocidades de até 10 megabytes por segundo, o equivalente a velocidades móveis 4G em muitas partes do mundo.
Cassidy diz que se tudo correr bem, a versão beta já pode estar disponível em breve para parceiros comerciais, incluindo o Sri Lanka, que assinou contrato para o serviço em julho, e a Indonésia, graças a um acordo anunciado esta semana com três dos fornecedores de rede móvel do país. De acordo com dados do Google, dois terços do mundo ainda não têm acesso à Internet.
[ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / I used a Nikon / Flickr ]