Fulerenos endohedral: cientistas criam o material mais caro do mundo!

de Bruno Rizzato 0

Esqueça diamantes, ouro e plutônio. Cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, criaram um material com um valor praticamente insuperável. Em um leilão recente, 200 microgramas do material alcançaram o valor de £ 22.000 (cerca de R$ 135.700). Para fins informativos: 200 microgramas equivalem a 0,0002 grama.

O material em questão é composto por unidades moleculares, com o nome de “fulerenos endohedral”. São esferas de átomos de carbono alojadas no interior de outras moléculas. Embora diversas variações de fulerenos endohedral tenham sido fabricadas anteriormente, os tipos específicos criados pela equipe de Oxford são particularmente valiosos para a construção de relógios atômicos e aparelhos de GPS, por exemplo. Mais especificamente, estes incluem N@C60 e N@C70, ou seja, um átomo de nitrogênio preso dentro de uma esfera de carbono composta por 60 e 70 átomos, respectivamente.

Relógios atômicos têm sido tradicionalmente construídos por átomos de césio, que contêm 55 elétrons dispostos em várias órbitas ao redor do núcleo do átomo. Os elétrons alternam entre diferentes órbitas, liberando ondas de rádio com uma frequência muito específica e constante. Como esta frequência é sempre exatamente igual, ela fornece uma referência muito confiável para medir o tempo, sendo mais precisa do que a rotação da Terra ou o balanço de um pêndulo, que podem variar ligeiramente.

No entanto, a equipe acredita que o material pode ser usado para criar um relógio atômico ainda mais confiável. Ao mesmo tempo, eles afirmam que ele pode ajudar a desenvolver dispositivos de GPS capazes de rastrear localizações com precisão milimétrica. Isto poderia ter grandes implicações para a indústria automobilística, permitindo a fabricação de carros capazes de monitorar seu próprio movimento com grande precisão e de funcionar sozinhos.

Em entrevista ao portal Telegraph, o Dr. Kyriakos Porfyrakis, que fundou a Designer Carbon Materials, da Universidade de Oxford, responsável pela criação das estruturas, disse que elas poderiam ser usadas ​​para fabricar um “relógio atômico miniaturizado, que você pode carregar no smartphone”. Isto representa uma importante melhoria nas versões atuais do relógio atômico, que ocupam praticamente um pequeno quarto.

Porém, os dias de material mais caro podem estar contados para ele, já que, segundo a revista Forbes, a antimatéria – que um dia poderá ser usada para abastecer naves espaciais – terá valor ainda maior.

Fonte: IFL Science Foto: Reprodução / Universidade de Oxford

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