A ejaculação precoce não deve ser classificada como uma disfunção sexual masculina, de acordo com uma nova revisão publicada na Clinical Anatomy. A polêmica revelação ameaça empresas que lucram milhões de dólares com tratamentos para a condição. De acordo com os pesquisadores, a condição pode ser descrita como “uma doença construída por especialistas em medicina sexual sob a influência de empresas farmacêuticas”.
O relatório final diz que a ejaculação precoce é uma ocorrência natural, especialmente entre os homens mais jovens, e que as pessoas afetadas podem aprender a controlar sua resposta à estimulação sem precisar recorrer a quaisquer drogas ou terapias. Eles também apontam que as falsas suposições sobre a relação sexual não ajudam a dissipar a ideia de que a ejaculação precoce é uma doença a ser tratada.
“É importante que os homens entendam que na ejaculação precoce a fisiologia do orgasmo não é prejudicada, e que é algo normal entre os adolescentes do sexo masculino, especialmente durante os seus primeiros encontros sexuais”, disse o coautor da pesquisa, Vincenzo Puppo. “Os adolescentes e os homens podem compreender a sua resposta sexual durante a masturbação e aprender mais sobre o controle ejaculatório sem terapia medicamentosa”, completou.
A avaliação também afirma que a relação sexual pênis-vaginal não é importante para o orgasmo da mulher, por isso, nesse aspecto, não importa quanto tempo o sexo dure. “Em todas as mulheres, o orgasmo só é possível se os órgãos eréteis femininos forem efetivamente estimulados durante a masturbação, cunilíngua e pela excitação antes e após a ejaculação masculina. Durante a relação sexual vaginal, apenas se o clitóris for estimulado que ocorre o orgasmo”, explica o relatório da outra autora do estudo, Giulia Puppo, filha de Vincenzo.
Um em cada três homens pode experimentar a ejaculação precoce durante o sexo, embora estatísticas confiáveis sejam difíceis de encontrar. Isso significa que o relatório pode causar um grande interesse, especialmente ao dizer que medicamentos e tratamentos não são necessários para ajudar homens a segurar o orgasmo por mais tempo na cama.
O termo “ejaculação precoce” foi utilizado pela primeira vez em 1915 e por muito tempo tem sido associado com problemas psicológicos. Outros pesquisadores médicos sugerem que há uma ligação entre EP e genética. De acordo os autores, os casais não devem se envergonhar pela ejaculação precoce e podem encontrar maneiras naturais para contornar a situação. “Urologistas, sexólogos e especialistas em medicina sexual devem reconhecer que EP é realmente normal em adolescentes do sexo masculino, especialmente durante os seus primeiros encontros sexuais”, conclui o relatório.
[ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / Pixabay ]