Descoberto novo planeta no Sistema Solar do tamanho de Netuno, afirmam dois astrônomos

de Bruno Rizzato 0

Uma dupla de cientistas afirma, depois de muitos esforços, que possui uma evidência sólida sobre o Planeta X, nono planeta que teria sido descoberto em nosso Sistema Solar. O gigante de gás poderia ser quase tão grande como Netuno, distante o suficiente para levar de 10.000 a 20.000 anos para dar uma volta completa ao Sol. Ele estaria de 10 a 20 vezes mais distante que Plutão.

O 9º Planeta – como os pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos EUA, gostam de chamá-lo – nunca foi visto. Eles baseiam as suas conclusões em padrões matemáticos e de informática, antecipando a descoberta através do telescópio, no prazo de cinco anos.

Os dois relataram suas pesquisas na revista Astronomical Journal, para que possíveis astrônomos ou pessoas anônimas possam ajudá-los nesta busca. “Poderíamos ter ficado quietos nos próximos cinco anos, observando o céu com a esperança de encontrá-lo. Mas preferimos que alguém possa encontrá-lo mais cedo”, disse o astrônomo Mike Brown.

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Os pesquisadores notaram a “presença” do Planeta X a partir do agrupamento peculiar de seis objetos – previamente conhecidos – que orbitam além de Netuno. Acredita-se que exista uma chance de apenas 0,007% de o agrupamento ser uma coincidência. Segundo eles, um planeta com a massa de 10 Terras conduziu os seis objetos, em suas estranhas órbitas elípticas, para fora do plano do Sistema Solar.

Durante a infância do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos, o planeta gigante poderia ter sido expulso da região de formação planetária próxima ao Sol. Formado por gases, o planeta ficou envolvido atrás de uma órbita elíptica distante, onde se esconde até hoje. Esta é a teoria dos pesquisadores, que acreditam que assim que for detectado, não causará o debate que aconteceu com Plutão – sobre ser um planeta ou não. “Isso seria um verdadeiro nono planeta. Somente dois verdadeiros planetas foram descobertos desde os tempos antigos, e este seria o terceiro. Há uma parte muito substancial de nosso Sistema Solar que ainda está lá para ser descoberta, o que é muito emocionante”, disse o professor de astronomia Brown.

Os cientistas já sabem que existem 6 objetos no Sistema Solar em órbitas exclusivamente após Netuno (linhas de cor rosa). Esse tipo de alinhamento orbital só pode existir se uma força externa mantiver a harmonia, de acordo com Batygin e Brown. Isso reforça a afirmação dos pesquisadores que um planeta 10 vezes mais massivo que a Terra exista em uma órbita “excêntrica” extremamente distante (linha amarela). De acordo com eles, somente assim os 6 objetos podem existir na órbita que estão.
Os cientistas já sabem que existem 6 objetos no Sistema Solar em órbitas exclusivamente após Netuno (linhas de cor rosa). Esse tipo de alinhamento orbital só pode existir se uma força externa mantiver a harmonia, de acordo com Batygin e Brown. Isso reforça a afirmação dos pesquisadores que um planeta 10 vezes mais massivo que a Terra exista em uma órbita “excêntrica” extremamente distante (linha amarela). De acordo com eles, somente assim os 6 objetos podem existir na órbita que estão.

Além de Brown, Konstantin Batygin, astrofísico teórico da Caltech, especialista em dinâmica de sistemas Solares, está envolvido na pesquisa. Eles acreditam que o Planeta X foi formado nos estágios iniciais do Sistema Solar, há cerca de 4 bilhões de anos, quando os grandes planetas (incluindo o Planeta X) ainda eram núcleos rochosos.

“Se o núcleo do Planeta X tivesse sido capaz de ficar dentro no Sistema Solar e terminar sua formação, poderia ter acumulado gás ou gelo suficiente para se tornar um gigante, como Júpiter ou Netuno”, relatou a dupla. Mas como os grandes núcleos dos outros planetas foram embalados com muita força no interior do Sistema Solar, não havia espaço suficiente para que todos se desenvolvessem. Assim, o Planeta X foi expulso. 

Sabendo que ele pode ser detectado, Brown e outros colegas começaram a direcionar os telescópios ao céu. Apenas a órbita do planeta é conhecida, e não sua localização exata dentro do percurso elíptico. Se o planeta ficar próximo de seu periélio (o ponto da órbita de um corpo), os astrônomos poderiam detectá-lo em imagens captadas por pesquisas anteriores, afirmou Brown. Se ele estiver na parte mais distante de sua órbita, serão necessários os melhores observatórios do mundo. Entretanto, se agora, ele estiver localizado em qualquer lugar no meio de sua órbita, muitos telescópios simples podem encontrá-lo.

Para compreender mais sobre o contexto do Sistema Solar no resto do Universo, Batygin diz que este planeta tornaria nosso Sistema Solar mais parecido com os outros sistemas planetários que os astrônomos estão encontrando ao redor de outras estrelas.

A maioria dos planetas em torno de outras estrelas semelhantes ao Sol não possuem órbitas muito próximas de suas estrelas hospedeiras, enquanto outros seguem órbitas excepcionalmente distantes. Em segundo lugar, as massas dos planetas mais comuns em torno de outras estrelas variam entre 1 e 10 massas Terrestres. “Até agora, pensávamos que faltava, no Sistema Solar, este tipo mais comum de planeta. Talvez seja algo normal, caso a descoberta se concretize”, disse ele.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Nasa / Caltech

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