Conheça os tipos de odores insuportáveis que os médicos enfrentam na hora de uma cirurgia

de Merelyn Cerqueira 0

Aqui está algo sobre cirurgias que a maioria das pessoas não tem ideia: elas podem cheirar muito mal. Em certo ponto, pelo menos, conforme relatado por Sarah Laskow, jornalista do Atlas Obscura.

 

De acordo com ela, essa constatação veio por acidente quando ainda tinha 11 anos de idade. Seu pai era cirurgião e deixou com que ela participasse de uma das operações. “Uma sala de cirurgia é tão bem organizada e esterilizada que é difícil imaginar que ela seja capaz de ter qualquer tipo de cheiro”, escreveu.

 

Uma vez que o procedimento começa, o cirurgião precisa abrir determinada parte do paciente com a ajuda de um bisturi. Posteriormente, ele cauteriza pequenos vasos sanguíneos para limitar o sangramento, dessa forma, o primeiro cheiro a aparecer é o de carne sendo queimada.

 

Na minha memória, esse cheiro é nauseante e insuportável, tive que deixar a sala nesse momento, porque não consegui lidar com isso. Cortar o corpo cria uma fumaça e eu me lembro do cheiro como algo muito pior do que cabelo queimado”. Para alguns médicos isso é algo bem comum, eles estão tão acostumados que, alguns, até dizem que o cheiro é bom, “semelhante a um churrasco”.

Segundo Laskow, além do cheiro de carne queimada, outro bem marcante, em algumas cirurgias, é revelado através do corte do osso, que é semelhante ao de cabelos sendo queimados. Ela revelou também, que um cheiro metálico completa o ambiente, por causa do sangue. “A bile também cheira, contudo, não tão forte”.

 

No seu artigo ela também afirmou que cérebros e tumores – apesar de alguns cães serem treinados para identificá-lo – não possuem nenhum tipo de cheiro. Contudo, há algumas cirurgias que até mesmo os próprios médicos não aguentam o mal odor.

 

São as que envolvem tecido morto ou em estado de decomposição, em que há alguma presença de bactérias, pus, tais como casos de gangrena gasosa, em que bactérias infectam e mata o tecido deixando um cheiro particular; peritonite, uma infecção do abdômen que ela descreveu como o cheiro de um cadáver decomposto; e sangue digerido, que ela afirmou ser algo que ninguém deva presenciar.

Além desses casos, Laskow relatou que, de acordo com o pai, um abscesso perirectal – em que há formação de pus ao redor do ânus – particularmente, possui um cheiro muito ruim. Para tratá-la, o médico precisa perfurar o abcesso para liberar o líquido, que muitas vezes, é verde, branco e misturado com o vermelho do sangue. Outra condição que tem uma péssima reputação por causa do odor desagradável é a gangrena de Fournier – que afeta a região do períneo e pode ser fatal. Essencialmente, envolve carne morta e o médico precisa fazer a remoção dela. O cheiro? Um estudante de medicina descreveu como “cocô, lodo de esgoto, podridão, coisas mortas, tudo isso em uma coisa só”.

 

Outro terror dos médicos são as cirurgias que envolvem intestino morto. De acordo com a jornalista, um deles descreveu como “o pior cheiro possível. É basicamente, uma combinação de fezes e carne morta que infesta completamente todo o lugar”. De acordo com seu pai, “o cheiro parece permear através do avental e luvas e permanece em você. Não importa quantas vezes você lave as mãos, ele não vai desaparecer”.

 

No entanto, isso faz parte do trabalho. E se você está se perguntando como eles fazem para lidar com isso, saiba que há um pequeno truque: passar um pouco de Vick VaporRub, óleo de gaultéria ou tintura de benjoim nas máscaras cirúrgicas.

[ Fonte: Atlas Obscura ]

[ Foto: Reprodução / Foto:  Flickr ]

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