Comprovado pela Ciência: estudo revela que meditação tem poder anti-inflamatório!

de Bruno Rizzato 0

A meditação tem sido associada a uma série de benefícios à saúde ao longo dos anos, tanto por alterar as células cancerígenas quanto por melhorar a saúde do coração.

Agora, uma pesquisa mostrou que a meditação pode realmente mudar a forma, o volume e a conectividade de nossos cérebros. Até então, ninguém sabia como essas mudanças cerebrais podem afetar nossa saúde em geral.

Agora, uma nova pesquisa pode ajudar a explicar a ligação entre mente e corpo, com um estudo mostrando que os adultos que praticaram a meditação não só tiveram sua conectividade cerebral alterada, como também tiveram redução nos níveis de Interleucina 6 (IL-6) – uma interleucina que atua como uma citocina pró-inflamatória e uma miocina anti-inflamatória – em apenas quatro meses.

Isso é importante pois, em doses elevadas, a Interleucina-6 tem sido associada a doenças relacionadas à inflamação, como o câncer, Alzheimer e doenças autoimunes.

“Nós temos visto agora que o treinamento de meditação pode reduzir biomarcadores inflamatórios em vários estudos iniciais, e este novo trabalho mostra que o treinamento leve da mente pode fazer o cérebro produzir benefícios para a saúde”, disse o pesquisador David Creswell, da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA.

Para descobrir isso, a equipe recrutou 35 adultos desempregados, com altos níveis de estresse, e enviou-os de forma aleatória a retiros de três dias. Um deles ensinava meditação leve, ou uma que simplesmente ajudasse a relaxar, sem qualquer foco na atenção plena.

As varreduras do cérebro antes e depois da experiência revelaram que as pessoas que tinham concluído a meditação, desenvolveram uma maior conectividade funcional, o que significa que as células cerebrais localizadas em regiões envolvidas na atenção e no controle de tarefas estavam trabalhando melhor em conjunto do que estavam antes. Estas mudanças não foram vistas nas pessoas que haviam simplesmente ido descansar.

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Um resultado ainda mais impressionante mostrou que, quando os pesquisadores analisaram amostras de sangue – colhidas quatro meses após os retiros -, o grupo de meditação havia reduzido os níveis de interleucina-6, ao contrário dos outros grupos.

Se o fato for confirmado por outros estudos, os resultados podem sugerir que as mudanças na conectividade cerebral provocadas pela meditação poderiam realmente reduzir o risco de doenças relacionadas com a inflamação em pouco tempo.


“Nós pensamos que essas mudanças cerebrais fornecem um marcador neurobiológico para melhorar o controle executivo e a resiliência ao estresse, de tal forma que a meditação melhora a capacidade do cérebro de lidar com o estresse. Essas mudanças melhoram uma ampla gama de resultados de saúde relacionados com o estresse, tais como sua saúde inflamatória”, disse Creswell.


O tamanho da amostra envolvida neste estudo, que foi publicado na Biological Psychiatry, foi muito limitado, portanto, mais pesquisas precisam ser feitas antes que possamos dizer com certeza que a meditação está afetando essa via de inflamação. Mas o estudo é mais uma das evidências que sugerem que a meditação traz benefícios reais à saúde, sem quaisquer efeitos adversos. A meditação leve envolve simplesmente passar um período de tempo focando no presente, sem se distrair com outros pensamentos ou com o mundo ao seu redor. É possível praticá-la em casa, seguindo instruções encontradas pela internet.

Fonte: Science Alert Foto: Reprodução / Pixabay

Jornal Ciência