Cirurgia plástica nos seios deixa paciente brasileira com cleptomania temporária

de Merelyn Cerqueira 0

Poucos dias depois de ter sido liberada do hospital, após aplicar de silicone e fazer uma lipoaspiração, uma mulher de 40 anos começou a ter “recorrentes pensamentos intrusivos e uma compulsão irresistível para roubar”, de acordo com o estudo de caso publicado no final do mês passado pelo BMJ Case Reports.



De acordo com o Dr. Fabio Nascimento – um médico brasileiro que atualmente é neurologista em um hospital no Canadá, mas que fazia parte da equipe médica durante a hospitalização da mulher – a explicação mais provável é que a falta de oxigenação no cérebro durante ou após a cirurgia possa ter desencadeado uma cleptomania temporária.

A diminuição do fluxo sanguíneo poderia ter privado o cérebro de oxigênio e nutrientes, resultando na interrupção e danos na função cerebral. Esse dano, provavelmente interferiu em certos circuitos de seu cérebro e causou os sintomas neurológicos observados, de acordo com Dr. Nascimento.  procedimento estético incluía lipoaspiração, abdominoplastia, mamoplastia de aumento e uma redução de medida para os braços.

O fato é que a mulher se sentiu extremamente sonolenta, desorientada e apática após a cirurgia, além de sofrer alguns lapsos de memória.

Foi quando os médicos pediram uma ressonância magnética para entender o porquê dos sintomas. Os exames mostraram as lesões cerebrais nas células de uma região chamada núcleo caudado – responsável pela memória e aprendizagem -, resultantes do problema de oxigenação.

De acordo com o relato, a mulher não apresentava antecedentes de problemas de saúde mental ou abuso de substâncias. Foi só após o procedimento estético que surgiram os sintomas da cleptomania – vontade imensa de roubar seguida de uma sensação de alívio após a pessoa ter cometido o roubo.

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A condição foi temporária – durou apenas duas semanas – mas suficiente para a paciente enfrentar problemas com a polícia: certo dia, enquanto comprava presentes para um amigo de sua filha, ela sentiu um impulso irresistível de roubar um item específico de uma loja, apesar de poder pagar por ele.

O médico conta, que ela pegou o objeto, escondeu dentro da bolsa e saiu da loja, o que chamou a atenção de um dos seguranças, que a alcançou e encaminhou-a para delegacia.

Ela foi liberada depois de sua condição psiquiátrica ter sido explicada ao delegado. Como o caso foi temporário, ela não precisou de tratamentos. Apesar da literatura médica já ter apresentados casos de cleptomania resultantes de uma lesão traumática ou neurocirurgia, o Dr. Nascimento afirma que o caso dela ainda é muito incomum.

Fonte: Daily Mail / Live Science Foto: Reprodução / Daily Mail

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