Cientistas sugerem que o Universo possa ter um botão de destruição instantânea

de Merelyn Cerqueira 0

Em um vídeo publicado pelo canal Kurzgesagt – In a Nutshell, físicos recentemente propuseram que nosso Universo poderia ter um mecanismo de ‘autodestruição’, que causaria o desaparecimento permanente de tudo, a qualquer momento e sem aviso prévio, de acordo com informações da Science Alert.

Os princípios fundamentais do Universo

Para entender este cenário apocalíptico, o vídeo explica que primeiro deve-se considerar os dois princípios fundamentais do Universo, sendo o primeiro deles os níveis de energia.

Tudo que tem existência real tem um nível de energia. A madeira, por exemplo, tem o seu relativamente elevado, o que permite que, ao ser queimada, libere uma grande quantidade de energia térmica. A cinza remanescente, por outro lado, possui um nível relativamente baixo.

O segundo princípio é conhecido como estabilidade. Logo, ele descreve como tudo no Universo é intrinsecamente atraído para um “estado fundamental”, onde está completamente instável e com o mínimo de energia possível. Dessa forma, se algo em nosso Universo é tido como instável, é por que possui uma grande quantidade de energia, e é necessário que ele se livre dela para se tornar invariável. Tudo que existe segue este princípio, até mesmo no curioso mundo da mecânica quântica (que trata de partículas).

Campos quânticos

Entendido isso, podemos falar sobre os campos quânticos, que são descritos como regras impostas pelo Universo a que todas as partículas devem obedecer. Há de se considerar que estes campos quânticos também seguem os princípios de energia e estabilidade, porque devem estar, se possível, no nível mais baixo de energia. No entanto, neste caso, ele não é chamado de estado fundamental, e sim “estado de vácuo”.

Hipóteses atuais sugerem que cada campo quântico atingiu este estado de vácuo, exceto, talvez, pelo campo de Higgs, que é responsável por dar às partículas sua massa. Assim, ao invés de entrarem em um estado de vácuo, sugere-se que o campo de Higgs finja, apenas aparentando estar neste estado, o que foi caracterizado como falso vácuo, ou metaestável.

Agora, se o campo de Higgs for realmente um falso vácuo, significa que há ali uma grande quantidade de energia em potencial para ser liberada, o que criaria uma “bola gigante da morte” que se expandiria na velocidade da luz e obliteraria tudo o que estivesse em seu caminho.

Essa, porém, não é a única má notícia. A “bola da morte” poderia transformar permanentemente o comportamento fundamental de partículas, bem como a forma como os átomos se mantêm unidos e as reações químicas ocorrem. Isso significa que a vida como conhecemos nunca mais poderia surgir novamente, uma vez que o Universo seria completamente destruído em segundos a qualquer momento.

No entanto, este é apenas um cenário hipotético, baseado no entendimento do comportamento de partículas físicas, de modo que poderia estar errado. Conforme explicado pelo vídeo, “é como usar uma régua para medir um continente. Em teoria é possível, mas o resultado pode ser diferente no final”.

Agora, enquanto ninguém ainda pode dizer se essa decadência de vácuo é uma coisa real ou apenas uma ideia assustadora, e até mesmo se uma ou várias “bolas da morte” já começaram a se formar, o fato é que o Universo é muito grande. Isso quer dizer que poderia levar até bilhões de anos para elas nos alcançaram. Ainda, se longe o suficiente, elas sequer poderiam ser capazes de chegar à Terra, por causa da expansão do Universo.

[ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / Internet ]

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