O alto clérigo da Arábia Saudita decidiu que o xadrez deve ser proibido para os muçulmanos, porque é uma “perda de tempo” e promove jogos de azar.
Grão-Mufti Abdul Aziz bin-Abdullah emitiu a Fatwa (Um tipo de pronunciamento legal no emitido por um especialista em lei religiosa, sobre algo específico) perto de um grande torneio de xadrez em Meca, que ocorre 22 de janeiro. Ele disse que o jogo era “uma oportunidade de desperdiçar dinheiro” e estaria classificado como jogo de azar, que é uma prática proibida pelo Alcorão.
Ele acrescentou: “O jogo de xadrez é um desperdício de tempo… provoca inimizade e ódio entre as pessoas”.
Abdullah fez a declaração ao responder perguntas de telespectadores de seu programa semanal. Os muçulmanos seguem frequentemente a orientação religiosa dada por clérigos, mas as suas declarações não são juridicamente válidas.
Musa Bin Thaily, presidente da assessoria jurídica da Associação de Xadrez da Arábia Saudita, disse que o torneio iria adiante como o planejado. Ele disse no Twitter: “Muitas coisas são ditas ilegais e religiosamente banidas na #Saudi”.
“Por exemplo, a religião proíbe os festivais musicais públicos, mas eles permanecem ocorrendo em todos os lugares, a opinião não é endossada pela lei”.
Ele acrescentou que o Grão-Mufti “é um senhor em seus 80 anos de idade e não deve saber que os jogadores não costumam apostar no resultado dos jogos”.
Um dos maiores jogadores de xadrez de todos os tempos da Grã-Bretanha, Nigel Short, disse que a proibição de xadrez na Arábia Saudita seria uma “grande tragédia”.
Ele disse no programa de rádio da BBC: “Eu não considero o xadrez uma ameaça para a sociedade. Não é algo depravado a ponto de afetar a boa moral.”
O Irã proibiu xadrez após a revolução islâmica de 1979 por ter sido associado à pratica de apostar – como num jogo de azar. Mas a decisão foi revogada pelo então líder supremo, o aiatolá Khomeini Rouhollah, em 1988, com a condição de que a atividade não fosse usada como um escape por viciados em jogos.
Fonte: Daily Mail Foto de capa: Reprodução / Wikipédia