350 anos depois, identidade do Homem da Máscara de Ferro é revelada

de Merelyn Cerqueira 0

Um antigo mistério francês descrito pela primeira vez em 1771 por Voltaire em seu livro “Questions sur I’Encyclopedia”, e posteriormente por Alexandre Dumas, em “O Visconde de Bragelonne”, em 1874, foi recentemente desmascarado. Em seu novo livro, o professor de história Paul Sonnino, da Universidade da Califórnia, EUA, afirmou ter descoberto a verdadeira identidade do misterioso Homem da Máscara de Ferro.

Conforme reportado pelo Live Science, o Homem da Máscara de Ferro era um prisioneiro detido em 1669, mantido em Bastilha e outras prisões francesas por mais de três décadas, até a sua morte em 1703. A sua identidade, no entanto, tem sido um grande mistério, porque ao longo do seu período de cárcere privado, seu rosto permaneceu coberto por uma máscara, de acordo com Sonnino. A história então começou a se popularizar após o lançamento de um filme em 1998, chamado “O Homem da Máscara de Ferro” e estrelado por Leonardo DiCaprio.

Tal mistério chegou a chamar atenção do famoso filósofo Voltaire e até mesmo o escritor Alexandre Dumas. Segundo eles, o homem mascarado foi o irmão gêmeo de Louis XIV, algo que não é apoiado pelos historiadores, que acreditam que o nome do homem era Eustache Dauguer, de acordo com Sonnino.

Foto: Reprodução / Edward Small Productions, Courtesy of UCSB via Live Science
Foto: Reprodução / Edward Small Productions, Courtesy of UCSB via Live Science

Eles [os historiadores] estão praticamente de acordo que este era de fato o nome, e que o homem apenas usava a máscara de ferro ocasionalmente, e quando não o fazia, usava uma feita de veludo”, disse. “Eles também estão bem certos de que ele era um valete, mas o que não sabem explicar era a quem ele servia e por que razão foi mantido sob um forte esquema de segurança por mais de 30 anos”.

Em seu livro “The Search for the Man in the Iron Mask: A Historical Detective Story” (Rowman & Littlefield, 2016), Sonnino leva o leitor através de registros históricos, correspondências relacionadas ao prisioneiro e outros aspectos da investigação. Através de sua pesquisa ele determinou que Dauger era um valete do tesoureiro do cardeal Mazarin, que foi o principal ministro da França durante o início do reinado de Louis XIV. Mazarin havia acumulado uma grande fortuna e, de acordo com Sonnino, o valete acreditava que parte desse dinheiro era roubado.

O que eu fui capaz de determinar é que Mazarin tinha arrancado um pouco de sua imensa fortuna do rei anterior e da rainha da Inglaterra”, disse. “Dauger deve ter aberto a boca na hora errada. Então, quando foi preso, foi informado de que se revelasse sua identidade seria imediatamente morto”.

Acredita-se que Dauger tenha morrido em 1703 e sido enterrado no cemitério de Saint-Paul-de-Vence, em Paris, sob o nome de Marchioly.

Quanto ao porquê do mistério de sua identidade ter permanecido velada ao longo da História, Sonnino disse que a culpa é dos historiadores, que “insistem em fazê-lo antisséptico, moralista, sensato”.

[ Live Science / Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Live Science ]

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