20 coisas que você provavelmente não saiba sobre testosterona

de Merelyn Cerqueira 0

A testosterona é conhecida como o hormônio da masculinidade e evoluiu há cerca de 500 milhões de anos a partir no estrogênio – principal hormônio feminino. Ela pode ser encontrada em grandes quantidades no corpo masculino, em níveis que variam entre 240 e 950 ng/dL (nanograma por decilitro) e, em menor quantidade, no corpo feminino – de 8 à 60ng/dL.

No entanto, ainda existem muitas curiosidades sobre esse hormônio e nós te mostramos 20 delas a seguir:

1 – Nos homens a testosterona é produzida nos testículos, nas mulheres, pelos ovários. Porém, as glândulas suprarrenais são responsáveis pela produção do hormônio em ambos os sexos. Além disso, nas primeiras semanas de gravidez, ele alavanca o desenvolvimento dos órgãos reprodutores masculinos do feto.

2 – Após o nascimento, a testosterona desempenha um papel importante nos processos de regulação que vão desde a distribuição de colesterol até a produção de glóbulos vermelhos.

3 – Muito antes do hormônio ser descoberto, as pessoas atribuíam aos testículos poderes de rejuvenescimento. Plinio, o Velho, um naturalista romano que viveu entre 23 d.C e 79 d.C, observou efeitos da excitação sexual enquanto jantava testículos de hiena com mel. 

4 – Apesar do prato de Plinio não aparentar ser saboroso, as experiências de John Brinkley, um vigarista americano que se passava por médico, vão soar bem piores. Na década de 20 ele realizou diversos procedimentos cirúrgicos que consistiam em inserir fatias de escroto de cabra nos testículos de alguns de seus pacientes, alegando que o método iria aumentar a virilidade e curar uma série de doenças.

5 – Apesar de estar associada à virilidade masculina, a testosterona também pode aumentar a libido da mulher. Isso ocorre por ela atuar nos receptores localizados em uma área do cérebro responsável pela a atividade sexual.

6 – Os hormônios sexuais, incluindo a testosterona, evoluíram há cerca de 500 milhões de anos – antes mesmo do surgimento dos primeiros animais vertebrados – a partir do estrogênio, a mãe de todos os hormônios e esteroides.

7 – No entanto, a testosterona é, comparativamente falando, um hormônio masculino. Os níveis normais para as mulheres são de 5 a 7% da quantidade que os homens possuem.

8 – Os níveis de testosterona diminuem com a idade. Sendo assim, 50% dos homens que estão na faixa dos 80 anos têm níveis de testosterona abaixo dos considerados normais para um homem adulto.

9 – O que não está em declínio é a procura por testosterona. Em 2010, nos Estados Unidos, 1,3 milhões de pacientes receberam prescrição para o hormônio. Esse número saltou para 2,3 milhões em 2013.

10 – A idade não é a única causa para a redução dos níveis de testosterona. A obesidade também é um fator: mais gordura corporal faz com que mais testosterona seja convertida em estradiol, um hormônio que inibe a produção de testosterona.

11 – A relação entre a baixa testosterona e obesidade compõe um ciclo vicioso. A testosterona constrói músculos – aparentemente – estimulando a produção do hormônio liberador de hormônio do crescimento (GHRH), que está correlacionado com o índice de massa corporal.

12 – Os benefícios de tratamentos feito com testosterona ainda não estão muito claros para os cientistas. Alguns estudos mostram um aumento do risco de doenças cardiovasculares entre os homens mais velhos, após o início de alguma terapia feita à base de testosterona. Enquanto que outros estudos sugeriam uma diminuição do risco de mortalidade.

13 – A testosterona foi sintetizada pela primeira vez em 1935, a partir do isolamento inicial de outro hormônio masculino chamado androsterona, que foi destilado a partir de cerca de 4ml de urina doada.

14 – No mesmo ano (1935) pesquisadores holandeses cunharam o termo “testosterona”.

15 – Existem mais de 30 tipos de Esteroides Anabólicos Androgênicos (EAA), que são drogas que se assemelham à testosterona usadas como anabolizantes, promovendo o crescimento muscular. Todos são compostos sintéticos que imitam a estrutura química da testosterona.

16 – Pode existir uma certa relação entre comportamentos agressivos e níveis de testosterona. No entanto a maioria das pesquisas não encontrou evidências de causalidade e alguns resultados são considerados contraditórios.

17 – Um estudo encontrou relação entre os níveis mais elevados de testosterona e o comportamento agressivo de garotos de 12 a 13 anos de idade, mas nenhuma evidência foi encontrada entre os jovens de 15 a 16 anos. Já em estudos realizados em outros animais, os cientistas comprovaram que essa relação é existente e muito forte.

18 – O impacto e tempo de produção desse hormônio variam muito entre as espécies. Nos humanos, a testosterona começa a ser produzida na formação do feto, para diferenciar os sexos. Já nos ratos, o hormônio só é produzido após o nascimento.

19 – Há poucas evidências que comprovem a ação de métodos considerados naturais para a produção extra do hormônio. Os chifres de cervo, que são bem conhecidos nesse quesito, não fornecem efeitos duradouros sobre o aumento da testosterona. No entanto, a geleia real produzida pelas abelhas, funcionou bem quando testada em ratos.

20 – Os resultados obtidos através de vários métodos não diminuíram a produção ou venda de anabolizantes. Em 2013, 25% dos indivíduos que começaram tratamentos relacionados não fizeram sequer um exame de sangue para verificar se realmente tinham baixos níveis de testosterona, de acordo com dados da FDA (Food And Drug Administration).

[ Discover Magazine / Testosterona ] [ Foto: Reprodução / Pixabay ]

Jornal Ciência