Você sabia que existe transplante de fezes? Saiba quando ele é necessário!

de Julia Moretto 0

Atualmente, o assunto “transplante” é muito normal. Seja de órgãos ou uma transfusão de sangue, sabemos que ele é de extrema importância, mas você já ouviu falar sobre transplante fecal? Também conhecido como bacterioterapia fecal, ele é exatamente o que você está pensando: passar fezes de uma pessoa para outra. E acredite, para diversas pessoas isso é muito importante!

Existe uma bactéria chamada Clostridium difficile, que causa Colite Pseudomembranosa (colite ulcerosa) e sintomas como diarreia, vômito e febre. Para o tratamento, é preciso tomar fortes antibióticos que também matam as bactérias boas da nossa flora intestinal. A saída pode ser transferir fezes para o paciente (de preferência de um parente). Isso permite que as bactérias boas recolonizem o intestino e combatam as bactérias nocivas.  

Procurando testar o transplante, a revista científica “The New England Journal of Medicine”, publicou um estudo holandês em que os cientistas estudaram três grupos diferentes. O primeiro tinha 16 pessoas com diarreia causada pela Clostridium difficile, que fizeram lavagem intestinal, usaram um antibiótico chamado vancomicina e fezes – através de uma sonda que ligava o nariz até o estômago ou intestino delgado.

Os outros dois grupos apresentavam 13 voluntários cada, sendo um grupo tratado com vancomicina e lavagem, e o outros apenas com remédio. O resultado foi que 15 participantes do primeiro grupo se curaram, enquanto que nos demais, três e quatro pessoas se livraram do problema, respectivamente.  

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Segundo os especialistas, o transplante pode reequilibrar a flora bacteriana de forma rápida, o que muitas vezes não acontece com antibióticos. O procedimento é realizado pelo nariz. Um tubo é colocado nas vias nasais do paciente e vai até o estômago, onde o líquido é digerido e levado para o intestino, atuando na flora intestinal do paciente.

Funcionamento

O primeiro passo é misturar 30g de cocô do doado com 50 ml de uma solução salina até formar um líquido fétido e homogêneo. A mistura passa por um coador para reter os pedaços que não foram diluídos. Depois, com ajuda de uma seringa, o médico injeta 25 ml de cocô através do tubo inserido no nariz que vai até o estômago. Com isso, as bactérias presentes na solução fecal ajudam a recompor a flora intestinal e o tecido danificado.

[ Diário de Biologia ] [ Fotos: Reprodução / Diário de Biologia ]

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