Virgo I: galáxia anã é descoberta e pode mudar compreensão sobre o universo

de Merelyn Cerqueira 0

Astrônomos recentemente identificaram um novo satélite anão de brilho ultra fraco orbitando a Via Láctea.

Estima-se que existam aproximadamente 50 galáxias conhecidas que orbitem a nossa, sendo que 40 delas são consideradas fracas e difusas, pertencentes à categoria das chamadas “galáxias anãs esferoidais”. Chamada de Virgo I, ela pode mudar toda a nossa compreensão sobre como a matéria escura mantém os objetos unidos, de acordo com informações da Sci News.

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Muitas das galáxias recentemente descobertas, especialmente as identificadas por meio de ambiciosos levantamentos astronômicos, como o Sloan Digital Sky Survey (SDSS) e Dark Energy Survey (DES), possuem um brilho extremamente fraco, e por isso são identificadas como “galáxias anãs ultra-fracas”. Até o momento, os satélites anões mais fracos identificados são: Segue 1, descoberto pelo SDSS, e Cetus II, detectado como parte da pesquisa do DES, mas que ainda precisa ser confirmado, uma vez que é considerado muito pequeno para ser uma galáxia.

Logo, a Virgo I poderia ser a de brilho mais fraco já descoberta. Ela se encontra a uma distância de 284.000 anos-luz da Terra e está localizada na constelação de Virgem, fora do alcance do SDSS, que já havia rastreado a área. A magnitude absoluta na banda V foi estimada pelos pesquisadores em -0.8 mag, que é comparável, ou mais fraca, do que Segue 1. “O raio de meia-luz de Virgo 1 é estimado em 124 anos-luz, significativamente maior do que os aglomerados globulares de mesma luminosidade, sugerindo que esta seja uma galáxia anã”, escreveram os pesquisadores.

A descoberta foi feita como parte de um programa em curso chamado Hyper Suprime-Cam Subaru Strategic Program. “Examinamos cuidadosamente os primeiros dados da Subaru Strategic Survey com a Hyper Suprime Cam [uma câmera localizada no Telescópio Subaru da NAOJ, no Havaí] e descobrimos uma aparente densidade extra de estrelas em Virgem [constelação] com significância estatística muito alta e mostrando um padrão característico de um antigo sistema solar no diagrama de cor e magnitude”, disse Daisuke Homma, membro da equipe e estudante de pós-graduação na Universidade de Tohoku, no Japão.

Para Dr. Masashi Chiba, também membro da equipe, a descoberta significa centenas de pequenos satélites anões à espera de serem descobertos no halo da Via Láctea. “Descobrir quantos satélites estão realmente lá e quais suas propriedades nos dará uma pista importante para entender como a Via Láctea se formou e como a matéria escura contribuiu para isso”, disse. Os resultados da descoberta foram publicados no Astrophysical Journal.

[ Sci News ] [ Foto: Reprodução / Sci News ]

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