Vikings usavam ‘Pedra do Sol’ como bússola

de Julia Moretto 0

Um grupo de cientistas da Hungria estudou a possibilidade de vikings terem usado a lendária “Pedra do Sol” em suas viagens.

Foi entre 790 e 1006 que aconteceram as viagens mais conhecidas dos vikings, pelo norte europeu. Durante a pesquisa, publicada na revista Proceedings of the Royal Society A, verificou-se que os viajantes também passaram pelo Oriente Médio e América do Norte.

Uma pergunta que o estudo precisava responder era: como o grupo se localizava no Oceano, em um lugar em que o céu normalmente está coberto por nuvens? Há provas históricas, como lendas da Islândia, que eles utilizavam as pedras do Sol em outras condições climáticas, como dias de neve.

A pedra nada mais é do que um tipo de cristal, que ao ser visto de ângulos diferentes, apresenta um efeito óptico espelhado. De acordo com os cientistas, os navegadores realizavam três passos ao utilizar o mineral:

  1. levantar a pedra contra a claridade do céu;
  2. checar a direção da luz solar;
  3. utilizar um graveto como relógio de sol para identificar qual é a direção norte.

Para testar o método, os cientistas pediram que que 10 pessoas descobrissem a posição do Sol em um planetário digital, utilizando variados pontos de luz para imitar a uso do apetrecho. Após os 2.400 exames, os voluntários apresentaram 48% de resultados corretos.

Os estudiosos perceberam que os voluntários acertaram mais vezes no momento em que a fonte de luz se localizava no horizonte. Essa condição é recorrente no verão das altas altitudes, na mesma região que os vikings navegavam. Isso mostra que os navegadores usavam esse método em dias nublados.

Novos vikings

Um grupo de 12 navegadores europeus e canadenses saiu da Noruega e percorreu a Islândia, Groenlândia e Canadá, até chegar aos Grandes Lagos nos Estados Unidos. O grupo criou uma embarcação viking chamada de Draken Harald Harfagre.

Após dois meses de travessia, o bando encontrou um desafio: para realizar uma parte do trajeto, eles precisavam de um piloto profissional, que cobra US$ 400 (cerca de R$ 1.350,00) por hora. O problema é que como os barcos vikings não têm muita velocidade, a navegação iria ter um alto custo. O bando não tinha fins lucrativos, mas conseguiu arrecadar o valor necessário para continuar a viagem e participar do Michigan Fest.

Mesmo com o modelo de barco igual ao dos antigos viking, os navegantes utilizaram aparelhos modernos e não se localizaram com a lendária “Pedra do Sol”.

[ Phys ] [ Fotos: Reprodução / Phys ]

Jornal Ciência