Um ano depois, como está a vida do menino chinês do “cabelo congelado”?

de Otto Valverde 0

Certamente você se lembra do menino chinês que chegou à escola com o cabelo completamente congelado pelo intenso frio e por ter que caminhar longas distâncias, diariamente.

A história de Wang Fuman causou revolta internacional e gerou grande repercussão nas redes sociais após a divulgação da foto.

Em janeiro de 2018, esta foto foi uma das mais compartilhadas pelo mundo. Foto: Reprodução / Internet

À época, o Jornal Ciência também publicou o caso, gerando muita repercussão.

De acordo com a imprensa asiática, os pais de Wang conseguiram mudar de casa – ficando mais próximos da escola – e dizem que “a vida está muito melhor” desde o ocorrido.

A foto, à época, foi compartilhada por sua professora. Seus cabelos estavam cheios de neve e as mãos inchadas, quase queimadas, pelo rigoroso frio.

Para chegar até a escola de ensino primário chamada Zhuanshanbao, situada ao sul da província de Yunnan, são mais de 1 hora e 30 minutos de caminhada.

Nesta região, as temperaturas podem chegar a -9ºC, algo impensável para uma criança suportar sem roupas adequadas para o inverno extremo.

Seu caso se espalhou em janeiro de 2018 quando ganhou o apelido da imprensa internacional de “Ice Boy” (garoto de gelo). Mas, por trás da “brincadeira”, a vida de Wang nunca foi fácil e o jornal chinês People’s Daily resolveu descobrir o que ocorreu com o garoto.

Wang e sua família viviam em condições de extrema pobreza, com telhado feito de palha e paredes construídas com tijolos velhos e lama.

O jornal conseguiu apurar que agora a família vive em um sobrado, a apenas 10 minutos da escola, o que mudou radicalmente a rotina do pequeno.

Segundo o pai, Wang Gangkui, “A vida é muito melhor. Comparado com as paredes de barro e a estrada cheia de lama, estamos muito melhores e protegidos do vento e da chuva”, disse ele em entrevista.

Imagem atual de Wang Fuman, na escola. Foto: Reprodução / Internet

Não só o garoto recebeu benefícios, mas também sua escola que teve investimentos por parte do governo, onde foi instalado aquecimento nas salas de aula, além da construção de uma área para ser usada como dormitório para abrigar as crianças que moram muito longe e sofrem sempre que precisam enfrentar o frio extremo.

O vice-diretor da escola, Fu Heng, também deu entrevista comentando sobre Wang: “Ele é um excelente aluno e é muitos amigo dos colegas. Toda a atenção que ele despertou para sua situação fez com que os alunos sentissem a maravilha que é o mundo e suas ideias mudaram muito”.

Ele prossegue: “As sementes dos sonhos de que um dia podem se afastar das montanhas de plantação e agricultura, dá a eles uma esperança de futuro melhor”, afirmou. Wang comentou também que mantém o mesmo sonho de antes. Ele sempre quis ser policial para prender os “homens maus”.

O prefeito da cidade de Xinjie, Tang Yadong, comentou também que a ajuda financeira que recebeu pela repercussão de Wang ajudou a aliviar a pobreza que assolava implacavelmente a população nos últimos dois anos.

Na China, a reportagem foi compartilhada por mais de 3.000 usuários na rede Weibo – rede social, uma das maiores da China, parecida com o Twitter – usando a hashtag “#IceBoyAYearOn”, que foi criada para que os seguidores compartilhassem seus sentimentos sobre ele.

A maioria dos usuários diz que, apesar de todas as dificuldades, o famoso “garoto de gelo” teve um final feliz.

Fonte: People’s Daily Fotos: Reprodução / People’s Daily

Jornal Ciência