Um departamento de química de uma Universidade britânica foi recentemente evacuado depois que um estudante fez o explosivo conhecido como TATP. O peróxido de acetona tricíclico, ou TATP, foi gerado acidentalmente como produto de uma experiência química.
Mas, embora o TATP em questão foi uma surpresa indesejável – o Ministério da Defesa foi forçado a realizar uma eliminação controlada – existem muitos laboratórios ao redor do mundo que fazem explosivos com interesse na aplicação. Veja cinco desses produtos químicos não nucleares que explodem através da liberação rápida de gás.
1 – TNT
Um dos químicos explosivos mais conhecidos é o trinitrotolueno, ou TNT, caracterizado extensivamente em videogames e filmes. É muitas vezes confundido como dinamite, por exemplos encontrados na cultura popular. TNT é um sólido amarelo e foi produzido pela primeira vez como um corante em 1863. Ele não explode espontaneamente e é muito fácil e conveniente de manusear, então suas propriedades explosivas foram descobertas apenas cerca de 30 anos depois pelo químico alemão Carl Häussermann em 1891.
TNT pode até ser derretido e despejado em potes sem nenhuma consequência a não ser a empolgação da pessoa envolvida, mas ele vai explodir com a ajuda de um detonador, e com muita força, uma vez que os grupos nitro na molécula rapidamente se transformam em gás nitrogênio. Isso o torna ideal para uso em demolições controladas, onde o explosivo pode ser plantado e detonado quando planejado, sendo um explosivo relativamente “seguro“.
Também é usado como uma “medida padrão” para bombas, de modo que a “explosividade” de outros produtos químicos é frequentemente medida em relação ao TNT.
2 – TATP
O TATP é um químico pertence a um grupo de moléculas denominadas peróxidos, que contêm ligações oxigênio-oxigênio fracas e instáveis, e que não são encontradas em TNT. Isso significa que é muito menos estável e mais propenso a explodir espontaneamente. TATP também é conhecida como a “Mãe de Satanás” e com por razões: suas explosões são conhecidas por terem cerca de 80% da força do TNT, mas a substância é muito mais difícil de manusear.
Um choque firme ou batida é suficiente para provocar uma explosão, o que significa que é muito fácil de explodir acidentalmente. O TATP também tem recebido muita atenção da mídia porque é fácil de fazer e tem sido regularmente usado em dispositivos explosivos improvisados associados a ataques terroristas.
3 – RDX
RDX é um “explosivo de nitrogênio“, o que significa que suas propriedades explosivas existem devido à presença de muitas ligações nitrogênio-nitrogênio, ao invés de oxigênio. Essas ligações são extremamente instáveis, uma vez que os átomos de nitrogênio sempre querem se juntar para produzir gás. E quanto mais ligações de nitrogênio-nitrogênio uma molécula tem, mais explosiva é.
Como o TNT não contém ligações instáveis de nitrogênio-nitrogênio, o RDX oferece mais potência, mas muitas vezes é misturado com outros produtos químicos para produzir efeitos diferentes, como torná-lo menos sensível e menos propenso a explodir inesperadamente. Também é comumente usado em demolições controladas de edifícios.
4 – PETN
Uma das substâncias químicas explosivas mais poderosas que conhecemos é PETN, que contém grupos nitro que são semelhantes aos do TNT e da nitroglicerina em dinamite. Mas a presença de mais desses grupos nitro significa mais força na explosão. No entanto, apesar de suas explosões poderosas, é muito difícil fazer este produto químico detonar sozinho, e por isso geralmente é usado em combinação com TNT ou RDX.
PETN foi usado regularmente na Segunda Guerra Mundial, para criar e explodir detonadores que usam correntes elétricas para detonação. Agora também é usado nos detonadores de pontes e em armas nucleares. Sua toxicidade relativamente baixa e propriedades medicinais, como ser um vasodilatador, também significam que ele é usado para tratar a angina, uma dor no peito causada pela redução do fluxo sanguíneo para o coração.
5 – C2N14
Entre os explosivos de azoto menos estáveis encontra-se o composto de fórmula C2N14 que tem 14 átomos de azoto, com a maioria deles ligados uns aos outros em sucessivas ligações de azoto-azoto instáveis, tornando-os propensos à explosão. Você nunca veria esses tipos de moléculas na natureza devido à sua incrível instabilidade, mas eles foram feitos em um laboratório de pesquisa alemão pelo grupo de Thomas Klapötke, recentemente em 2011.
As tentativas de tocar ou manipular este produto químico podem fazer com que ele detone, quebrando esses laços e transformando-os em várias moléculas de gás de nitrogênio em rápida expansão. A reação cria uma enorme quantidade de calor e, portanto, apenas pequenas quantidades deste produto químico já foram sintetizadas para testes – que explodiram dentro de peças caras de equipamentos de análise em muitas ocasiões.
[ Fonte: Science Alert ]
[ Foto: Reprodução / Science Alert ]