TOP 10 curiosidades que você não sabia sobre o cérebro!

de Merelyn Cerqueira 0

Ao longo do tempo, o cérebro humano tem se mostrado notavelmente eficaz em guardar seus segredos. Todos, desde os antigos egípcios até Aristóteles, sempre minimizaram o papel desse órgão em nosso corpo.

O famoso anatomista Galen deu crédito ao cérebro pelos movimentos e falas, mas descartou a possibilidade de ele atuar em outros papéis na nossa vida. A ideia do anatomista era que os ventrículos cheios de líquidos do órgão faziam a maior parte do trabalho.  Abaixo, você confere uma lista sobre 10 curiosidades associadas ao cérebro:

10 – Os cérebros humanos são grandes…

Em média, um cérebro adulto pesa entre 1,3 e 1,4 quilo. Alguns neurocirurgiões descrevem a textura de um cérebro vivo como a de um creme dental. Porém, para a neurocirurgiã Katrina Firlik, uma analogia melhor do órgão poderia ser encontrada em lojas de alimentos saudáveis. Segundo ela, o tofu – em sua variedade mais macia – seria uma comparação mais precisa.

Cerca de 80% do conteúdo de nosso crânio é composto pelo cérebro, enquanto que o restante é constituído por sangue e líquido cefalorraquidiano. Se você misturasse tudo isso dentro da cabeça, não conseguiria muito mais do que 1,7 litro do composto resultante.

9 –  …mas estão ficando cada vez menores

Se você ficou decepcionado com a ideia de seu cérebro não conseguir encher ao menos uma garrafa de refrigerante de dois litros, saiba que nossos antepassados de 5.000 anos atrás, com certeza o fariam, já que seus cérebros eram maiores. De acordo com o paleantropologista, John Hawks, da Universidade de Wisconsin, EUA, dados arqueológicos de praticamente todos os lugares do mundo mostraram que os cérebros encolheram cerca de 150 centímetros cúbicos de uma média de 1.350 cm³. Isto é, cerca de 10% de sua medida.

Os pesquisadores ainda não sabem dizer a razão disso, alguns acreditam que ele esteja evoluindo para ficar mais eficiente, enquanto outros pensam que o crânio esteja ficando menor por nossas dietas envolverem alimentos mais fáceis de mastigar. Logo, mandíbulas fortes seriam desnecessárias.

Contudo, seja qual for a razão disso, o fato é que o tamanho do cérebro não está relacionado com o intelecto, ou seja, não há evidências de nossos antepassados eram mais inteligentes do que nós.

8 – Nossos cérebros precisam de muita energia

O cérebro humano moderno é um verdadeiro sugador de energia. Ele é responsável por cerca de 2% do peso corporal, mas utiliza cerca de 20% de todo o oxigênio presente no sangue e 25% da glicose (açúcares), de acordo com o American College of Neuropsychopharmacology.

Esses dados têm estimulado um debate entre antropólogos sobre o que alimentou a evolução dos cérebros no princípio. Muitos pesquisadores dão esse crédito à carne, citando provas de que a caça teria sido uma fonte confiável de alimento.

7 – As rugas nos deixam mais inteligentes

O segredo para o intelecto da nossa espécie poderia estar nas rugas. A superfície do cérebro humano é composta por uma série de fissuras profundas, sulcos menores e o chamado giro – que comporta o córtex, lar de cerca de 100 bilhões de neurônios.

Essas superfícies sinuosas permitem que o cérebro embale mais área e, portanto, forneça maior poder de processamento. Nos primatas, foram observados diferentes graus de convolução em seus cérebros, o que os faz mais inteligentes do que outras criaturas, o mesmo foi visto em elefantes.

Uma pesquisa feita pela neurocientista Lori Marino, da Universidade Emory, EUA, sugeriu que os golfinhos têm mais rugas cerebrais do que os humanos.

6 – A maioria das nossas células cerebrais não é composta por neurônios

O velho ditado de que usamos apenas 10% da nossa capacidade cerebral não é verdadeiro, mas agora sabemos que os neurônios representam somente 10% das nossas células cerebrais. Os outros 90% correspondem às chamadas células da glia, que em grego significa “cola”.

Os neurocientistas costumavam acreditam que glia era simplesmente um material pegajoso composto por neurônios. Mas, uma pesquisa publicada em 2005 na revista Current Opinions in Neurobiology mostrou que elas eram muito mais do que isso, definindo os papéis dessas células como removedoras de excessos de neurotransmissores, fornecedoras de proteção imunológica para promover e modular o crescimento da sinapse (conexões entre neurônios) e outras funções.

5 – O cérebro é uma “área VIP”

Semelhante aos seguranças da área VIP de uma boate, um conjunto de células no sistema sanguíneo do cérebro – chamado de “barreira sangue-cérebro” – permite que somente algumas moléculas entrem no sistema nervoso. Os capilares que alimentam o cérebro são revestidos com células fortemente ligadas, que conseguem manter as moléculas maiores longe. Apenas proteínas especiais e nutrientes necessários ultrapassam essa barreira de transporte de substâncias, ou seja, uma “elite”.

4 – O cérebro começa como um tubo

A base do cérebro é definida logo no início da vida. Três semanas após a concepção, uma folha de células embrionárias, chamada de placa neural, funde suas dobras para formar o tubo neural. Esse tecido, no fim do processo, se tornará o sistema nervoso central.

O tubo neural cresce e se diferencia ao longo do primeiro semestre de gestação – quando as células também se diferenciam e se especializam nos vários tecidos necessários. Após o segundo trimestre é a vez da glia e dos neurônios. Na semana 26 da gestação, o cérebro começa a ficar mais parecido com o que se espera em um bebê recém-nascido.

3 – O cérebro não está completamente formado na adolescência

A atitude dos adolescentes, em partes, pode ser explicada pelo desenvolvimento do cérebro. A massa cinzenta do cérebro começa a atingir seu ponto máximo pouco antes da puberdade, e é desenvolvida ao longo da adolescência, com alguns desdobramentos mais dramáticos ocorrendo nos lobos frontais, associados ao julgamento e à tomada de decisões.

Um estudo publicado em 2005 na revista Child Development concluiu que partes do cérebro responsáveis por multitarefas não estão totalmente maduras até os 16 e 17 anos. Outra pesquisa apresentada em 2006 durante um simpósio de ciências sugeriu que os adolescentes teriam uma desculpa neurológica para o egocentrismo. Ao considerar uma ação que poderia afetar outras pessoas, eles eram menos propensos aos adultos a utilizarem o córtex pré-frontal medial, uma área associada à empatia e culpa.

Logo, os adolescentes aprendem a empatia por meio da socialização, de acordo com os pesquisadores, e isso ocorre até os 20 anos.  

2 – O cérebro nunca para de mudar

O conhecimento científico uma vez declarou que quando atingimos a fase adulta, nosso cérebro perde toda a capacidade de formar novas conexões neurais. Essa habilidade, chamada de plasticidade, era considerada exclusiva da infância.

Um estudo realizado em 2008 em um paciente com derrame mostrou que o cérebro do indivíduo teria se adaptado aos danos dos nervos que transportavam a informação visual, puxando informações similares de outros. Isso foi viso novamente em uma série de estudos que mostrou que ratos adultos eram capazes de formar novos neurônios. O mesmo foi observado nas células neurais humanas adultas.

1 – As mulheres não são de Vênus

A cultura popular nos diz que os cérebros das mulheres e dos homens funcionam de formas diferentes. É verdade que os hormônios masculinos e femininos afetam o desenvolvimento do cérebro de maneiras diferentes – e estudos têm encontrado certas diferenças nas formas em que ambos os sexos sentem dor, tomam decisões sociais e lidam com estresse. A extensão de quais dessas diferenças são moldadas de acordo com a genética ou experiências pessoais – o velho debate “natureza versus criação” – ainda é desconhecida.

Mas, de modo geral os cérebros masculinos e femininos são semelhantes, bem como a inteligência. Estudos recentes têm desmascarado uma série de mitos sobre habilidades divergentes entre os sexos. Um deles, publicado em 2010 na Psychological Bulletin, analisou quase meio milhão de meninos e meninas de mais de 69 países e não encontrou quaisquer diferenças nas capacidades matemáticas, por exemplo. Essas diferenças podem servir para títulos best-sellers, mas não se sustentam como verdade científica.

[ Fonte: Live Science ]

[ Foto: Reprodução / Wikipédia ] 

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