Segundo cientistas, asteroide que exterminou os dinossauros “não poderia ter caído em um lugar pior”

de Redação Jornal Ciência 0

Segundo os cientistas, não poderia haver pior lugar para o asteroide de 15km de diâmetro responsável pela extinção dos dinossauros ter caído.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores perfuraram rochas do oceano do Golfo do México atingidas pelo asteroide há 66 milhões de anos. 

De acordo com o site da BBC, o asteroide atingiu uma área rasa do mar, chocou-se com as rochas de gesso mineral liberando alta quantidade de enxofre na atmosfera, prolongando o período de “inverno global”.

Como os gases de enxofre são tóxicos e densos, caso o asteroide tivesse caído em outra região, poderia ter outro final.

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“É aí que está a grande ironia da história, porque no final das contas não foi o tamanho do asteroide, a escala da explosão ou seu impacto global que levou à extinção dos dinossauros; foi onde o impacto ocorreu”, explicou o biólogo Ben Garrod.

“Se o asteroide tivesse caído momentos antes ou depois, em vez de atingir a costa de águas rasas, ele poderia ter se chocado com o oceano profundo”, completou.

“Um impacto nos oceanos Atlântico ou Pacífico significaria muito menos rochas vaporizadas – incluindo o mortal gesso. A nuvem seria menos densa, e a luz do sol poderia ter chegado à superfície do planeta, ou seja, o que aconteceu poderia ter sido evitado”. 

“Naquele mundo frio e escuro, a comida nos oceanos acabou em uma semana, e os alimentos em terra firme, pouco depois, interrompendo subitamente a cadeia alimentar. Sem nada para comer em lugar algum do planeta, os imponentes dinossauros tiveram pouca chance de sobrevivência”.

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Entre abril e maio de 2016, Ben Garrod ficou na plataforma de perfuração a 30km de distância da Península Yucatan, no México –lugar em que uma expedição milionária estuda o ocorrido.

No local foram coletados núcleos de rochas a 1,3km de profundidade no mar do golfo. O material estava em área da cratera conhecida como “anel de pico”. 

Ao analisar o conteúdo, a equipe coordenada pelos professores Jo Morgan e Sean Gulick, desejam reconstruir o impacto e as mudanças ambientais ocasionadas por ele.

Segundo os pesquisadores, o asteroide de 15km de diâmetro causou um buraco de 100km de extensão e 30km de profundidade na crosta terrestre. Posteriormente a área impactada colapsou e a cratera adquiriu 200km de extensão. 

O centro da cratera colapsou novamente e produziu um anel interno. Atualmente, grande parte da cratera está enterrada no mar, sob 600m de sedimentos. As bordas da cratera estão cobertas por calcário e formam diversas dolinas – cavidades naturais nas rochas dissolvidas pela água e que se tornaram atrações turísticas.

Fonte: BBC Fotos: Reprodução / BBC

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