Santo Sudário pode não ser verdadeiro, sugere novo estudo que abala os dogmas da Igreja

de Merelyn Cerqueira 0

Um recente estudo publicado no periódico Journal of Forensic Sciences pode ser verdadeiro um balde de água fria sobre a autenticidade do famoso Sudário de Turim.

De acordo com os pesquisadores, a famosa mortalha de linho associada a imagem de Jesus Cristo é uma farsa medieval. As informações são da IFLScience.

Guardado a sete chaves na catedral de São João Batista, em Turim, na Itália, o pedaço de linho de 4,5 metros de comprimento e 1,1 de largura é tema de uma polêmica que já dura há séculos. Afinal, o tecido teria ou não coberto o corpo de Jesus após a crucificação?

A peça vem sendo investigada desde 1980, quando uma equipe de pesquisadores determinou por meio de datação por radiocarbono que ela teria sido criada entre 1260 e 1390 d.C.

No entanto, embora tenha sido associada à Jesus, ninguém nunca foi capaz de comprovar conclusivamente essa afirmação. 

Agora, pesquisadores da Universidade de Pavia, na Itália, utilizaram técnicas forenses modernas para analisar os padrões de sangue no sudário, marcando o que seria o primeiro estudo do tipo. Eles descobriram que os padrões de respingos no tecido não correspondem às condições reais de ferimentos de um corpo humano.

Para isso, eles simularam fluxos de sangue com a ajuda de um manequim e um voluntário vivo. Assim, a equipe realizou sete testes de sangue utilizando formas reais e sintéticas do líquido e em diferentes partes do corpo, incluindo peito, mão, antebraço e parte inferior das costas.

Durante os testes, o sangue foi bombeado em torno do modelo e liberado em vários pontos das feridas mostradas na mortalha. Isso permitiu aos pesquisadores verem em que ângulo o sangue teria fluido naturalmente quando em ação da gravidade.

“Este é o tipo de trabalho forense feito o tempo todo em investigações policiais”, explicou Matteo Borrini, cientista forense da Liverpool John Moores University, ao BuzzFeed News. “Mesmo uma pessoa crucificada ou enforcada deveria deixar um padrão de sangue distinto no pano, o que seria uma informação fascinante de se ter”.

Entretanto, os padrões de sangue encontrados no sudário são diferentes. Eles não puderam ser replicados em nenhuma pose.

Ao invés disso, o ângulo de gravidade que seria necessário para copiá-los variou de acordo com a parte do corpo. Por exemplo, as marcas de sangue na mão sugerem que elas foram mantidas em um ângulo de 45 graus, enquanto nos antebraços o ângulo era de 90°.  “Isso não acontece com uma pessoa em uma cruz”, pontuou Borrini.

No entanto, é importante ressaltar que o estudo se baseou no fato de que o corpo de Jesus foi mantido em uma única posição em todos os momentos, seja ela em uma cruz em forma de T ou Y.

Sendo assim, pode valer a pena sondar a história um pouco mais para ver o que aconteceria se um corpo tivesse sido carregado no sudário.

Fonte: IFL Science Fotos: Reprodução / America Magazine / Daily Mail

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