Roma ainda está usando um dos primeiros sistemas de esgoto mais antigos do mundo

de Merelyn Cerqueira 0

Embora não seja tão famoso como o Coliseu ou o Foro Romano, ou tão espetacular quando o Foro Imperiali e Palatino, a Cloaca Máxima é uma das muitas maravilhas da engenharia de Roma.

Considerado um dos mais antigos sistemas de esgoto do mundo, antecedendo o período do império, ele é usado até os dias de hoje.

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Literalmente significando “Maior Esgoto”, a Cloaca foi construída por volta de 600 a.C. Ela já estava drenando os dejetos de uma das cidades mais populosas do mundo quando Júlio César se declarou imperador.

De fato, o encanamento central, de 100 metros de comprimento, foi construído a mando do quinto rei de Roma, Tarquínio Prisco.

Seu propósito original não era libertar as latrinas dos antigos romanos, mas sim drenar os pântanos nas proximidades. Essa ação, mais tarde, acabou liberando o terreno onde seria construído o famoso Foro Romano.

Segundo os escritos de 77 d.C., de Plínio, o Ancião, muitos dos trabalhadores responsáveis pela construção da Cloaca recorriam ao suicídio para escapar do trabalho, que era longo, duro e extenuante.

“O chão é abalado por tremores de terra, mas, apesar de tudo, durante 700 anos da época de Tarquinius Priscus, os canais permaneceram quase inexplicáveis”, escreveu. De fato, os canais permaneceram “quase inexplicáveis” nos 2.000 anos seguintes.

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O canal construído pelas ordens de Tarquínio foi apenas o início da história da Cloaca Máxima. Cerca de 300 anos depois do projeto original, o dreno aberto foi coberto e o fluxo foi conectado às latrinas e banheiros dos cidadãos romanos. Mais tarde, sob as ordens de Augusto, fundador do Império Romano, o sistema de esgoto foi completamente expandido para incluir o fluxo de no mínimo 11 aquedutos.

Ainda, e como uma façanha impressionante, embora o fluxo tenha diminuído lentamente, ele continua a correr até os dias de hoje.

No início do século XX, projetos de construção mais modernos foram conectados à Cloaca, de modo que o sistema foi usado para drenagem novamente, apesar de ainda não ter sido totalmente mapeado.

No entanto, essa falta de mapeamento pode ser um problema para os esgotos. Nos últimos anos, especialistas observaram temperaturas bastante flutuantes e inundações graves na região. Assim, em 2012, autoridades arqueológicas locais abriam uma investigação para avaliar a infraestrutura da Cloaca.

Com a ajuda de um robô criado para o projeto, eles descobriam a existência de bloqueios e danos estruturais que poderiam levar o sistema a um colapso, causando danos irreparáveis ​​à estrutura ou inundações que poderiam colocar vidas em risco. De fato, até os dias de hoje esses reparos não foram feitos, e é por isso que praticar espeleologia (estudo de cavernas) nos túneis urbanos não é recomendado

Fonte: Curiosity Fotos: Reprodução / Curiosity

Jornal Ciência