O ST40, o novo reator de fusão do Reino Unido, foi ligado na semana passada e já pode atingir o “primeiro plasma”.
De acordo com os especialistas, isso foi significa que plasma eletricamente carregado em seu núcleo foi gerado com êxito. O objetivo do reator é que ele aqueça em até 100 milhões de graus Celsius o plasma, até 2018.
A promessa
O processo de fusão nuclear alimenta o nosso Sol. Caso a utilizássemos na Terra da mesma maneira, nós poderíamos aproveitar uma fonte ilimitada de energia limpa que não produzisse carbono.
As atuais fissões nucleares são desenvolvidas através dos reatores nucleares. Já a fusão nuclear envolve a fusão de átomos – não sua divisão, produzindo o hélio como produto residual.
“Estamos apresentando o primeiro dispositivo de fusão de classe mundial projetado, construído e operado por uma empresa privada. O ST40 é uma máquina que irá mostrar que temperaturas de fusão – 100 milhões de graus – são possíveis em reatores compactos e econômicos. Isso permitirá que a energia de fusão seja alcançada em anos e não décadas”, disse David Kingham, CEO da Tokamak Energy, a empresa por trás do ST40.
Para realizar o processo, são necessários ímãs de alta potência para que o plasma seja controlado em altas temperaturas e por um período que haja eletricidade suficiente.
Por mais difícil que isso possa parecer, a ciência tem tido vitórias significativas. Um exemplo ocorreu em outubro do ano passado quando os cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts bateram o recorde de pressão plasmática.
Já em dezembro, especialistas sul-coreanos foram os primeiros a sustentar um plasma de até 300 milhões de graus Celsius por 70 segundos.
A Alemanha criou o Wendelstein 7-X stellerator, um novo tipo de reator de fusão, que tinha a capacidade de controlar o plasma.
Apesar destes avanços, ainda não foi possível juntar todas as peças do quebra-cabeça e encontrar uma maneira de gerar plasma às temperaturas ideais para que a fusão aconteça e seja aproveitada por tempo suficiente para gerar energia.
ST40
O reator Tokamak ST40 utiliza bobinas magnéticas de alta potência para desenvolver um núcleo de plasma em uma estrutura toroidal.
Os cientistas necessitam analisar um conjunto completo dessas bobinas magnéticas no ST40. Futuramente, a empresa Tokamak Energy deve utilizá-las para criar plasma a temperaturas de 15 milhões de graus Celsius.
Em 2018, os cientistas esperam alcançar o limiar de 100 milhões de graus Celsius para fornecerem energia de fusão limpa ao Reino Unido até 2030.
Fonte: HypeScience / ScienceAlert Fotos: Reprodução / ScienceAlert / Instagram
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