Cocaína, heroína, crack, anfetaminas, metanfetaminas, oxicodona, álcool, cigarro, maconha, LSD, lança perfume… 

Para começar, esta é só uma parte da extensa lista de drogas lícitas e ilícitas que conhecemos. Agora, você já parou para pensar qual delas ganha o título de “mais perigosa do mundo”? Para quem pensa ser a heroína ou cocaína, se enganou!

Primeiramente, conforme informações da IFL Science, o que você precisa considerar é que, se estamos falando apenas de substâncias letais, os cientistas usam algo chamado de “dose letal mediana” ou LD50, que mede o quanto de uma substância é necessária para matar a metade dos membros de uma população testada.

Então, algo como a cafeína exigiria cerca de 13 gramas para matar uma pessoa de 70 kg, enquanto o veneno de uma serpente Taipan, apenas 0,00175 g.

Assim, tomando este método como base, a substância mais mortal na Terra é a toxina botulínica, popularmente chamada de “botox” – exatamente a mesma que as pessoas costumam injetar no rosto para fins cosméticos. Apenas 0,00000007 gramas ingeridas dela são suficientes para matar um humano de tamanho médio.

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Agora, considere que a letalidade não é necessariamente uma boa medida de perigo. Conforme explicado no vídeo, uma equipe de cientistas do Reino Unido realizou uma experiência para descobrir sobre os danos causados por 25 diferentes tipos de drogas recreativas, mas levando em conta 16 novos parâmetros para danos físicos, psicológicos e sociais.

Estes incluíram risco de dependência, comprometimento do funcionamento mental e associação com atividades, bem como o dano ao usuário e as pessoas ao seu redor, algo que outras análises não fizeram. Então, em termos de danos ao próprio usuário, a heroína foi marcada como a mais perigosa.

Consumida injetada, cheirada ou fumada, ela entra no cérebro rapidamente, especialmente quando injetada diretamente na corrente sanguínea.

Uma vez no corpo, ela se liga aos receptores de opioides, criando uma onda de sensações prazerosas. No entanto, ela é altamente viciante, com sintomas intensos de abstinência que começam dentro de horas e incluem insônia, sensação de frio, dor muscular e óssea, náuseas e vômito.

Os receptores cerebrais também são afetados, impactando diretamente em importantes processos fisiológicos, como a respiração e a pressão arterial.

Isso explica o por quê de uma grande dose ser capaz de diminuir ou impedir completamente a respiração, levando ao acúmulo de dióxido de carbono (CO2) no sangue e, finalmente, a morte.

E uma vez que a venda de heroína não é regulada, é especialmente difícil para os usuários saberem qual o mínimo de dose permitida, o que aumenta o risco de overdose.

Além disso, a droga pode ser misturada com outros compostos, como o Fentanil, tornando-se ainda mais perigosa.

Assim como a heroína, o Fentanil é um opiáceo. No entanto, é cerca de 50-100 vezes mais forte do que a morfina, por ser lipofílico – isto é, tem afinidade com gorduras e é capaz de penetrar o cérebro com mais facilidade. Logo, em termos de letalidade, é muito mais perigoso do que a heroína.

Atrás desta dupla só o crack, que também apresenta grandes riscos aos usuários. Em seguida, os cientistas listaram as metanfetaminas, cocaína, tabaco e anfetaminas.

Entretanto, quando olhamos para um quadro geral, nenhuma destas drogas pode ser considerada “a mais perigosa”. Este posto, na verdade, é do álcool, que ironicamente é uma droga lícita e socialmente aceitável.

Para garantir que o álcool não fosse observado como um fenômeno que ocorre apenas na Europa, os cientistas testaram a droga em diversos processos, colocando ainda mais ênfase em danos individuais e menos em danos econômicos. Mas, ainda com as diferentes ponderações, o mesmo resultado foi encontrado.

Basicamente, o que mais contribui para o perigo que o álcool representa é seu uso amplo e desmedido. Cerca de 61,7% da população mundial consome álcool – e bebem muito, com uma média de 17 litros de álcool puro consumido por pessoa por ano.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2012, cerca de 3,3 milhões de mortes ocorrem em todo o mundo em razão do consumo excessivo de álcool, o que significa que ele mata 1 pessoa a cada 10 segundos.

Contudo, os especialistas não recomendam que o álcool seja proibido. Isso porque, para eles, a guerra contra as drogas é um verdadeiro fracasso, e os países que se afastaram de políticas mais rígidas e implementaram a descriminalização, viram declínios significativos na questão do abuso de drogas.

Fonte: IFL Science Foto: Reprodução / Flickr

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