Qual é a temperatura do Inferno?

de Merelyn Cerqueira 0

Qual a quantidade de calor necessária para considerarmos algo “tão quente quanto o Inferno”?

Para entender isso primeiro devemos considerar onde, mais ou menos, poderia estar o Inferno – mesmo que de forma absolutamente hipotética. A maioria das religiões o descreve como subterrâneo e profundo. Consideremos que ele tenha o mesmo tamanho de Nova York, Pequim ou Londres, por exemplo. Então, para continuar a argumentação, vamos colocá-lo no centro da Terra, mais especificamente em seu núcleo superquente.

De acordo com informações da Live Science, a Ciência ainda não mediu diretamente a temperatura do núcleo do nosso planeta, mas há um consenso que a coloca entre 5.000 ou 6.000 graus Celsius. Esse calor é o suficiente para fundir basicamente qualquer coisa, e é proveniente de ferro metálico e outros compostos. Estima-se que o núcleo, lugar com os maiores níveis de pressão e temperatura da Terra, possa ter um terço do tamanho da Lua. Agora, compare isso com a temperatura da camada externa do Sol, a chamada fotosfera, que atinge cerca de 5.500° C.

Obviamente que este suposto Inferno deve ser mais quente do que o verão do Rio de Janeiro, ou até mesmo que os lagos borbulhantes do Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA. No entanto, ele não é tão abrasador quando o núcleo de Júpiter, que, de acordo com a NASA, possui temperaturas de até 24.000° C.

A razão de todo o calor existente no núcleo da Terra envolve basicamente a combinação de dois fatores. O primeiro é que todos os materiais radioativos da Terra geram calor à medida que se deterioram. E o segundo: o calor resultante da formação do Planeta. Quando toda a matéria que criou a Terra se uniu, ela captou grandes quantidades energia cinética no processo. Logo, quando explodiu formando a Terra, manteve essa energia conservada, que se transformou no calor que hoje é emitido lentamente.

E essa quantidade de calor é enorme. A Terra irradia um total de 46 terawatts (TW) de calor oriundo de seus materiais radioativos e energia primordial. Colocando em perspectiva, nosso Planeta precisou de 16,5 TW de potência em 2008, sendo que cerca de 3,3 TW desse calor foi usado apenas pelos EUA, de acordo com informações da Climate Central.

Pesquisadores, como William McDonough, professor de Geologia da Universidade de Maryland, EUA, acreditam que em 2025 poderemos determinar qual a quantidade de energia que ainda existe dentro da Terra. Logo, quando o Planeta perder todo esse calor, ficará tão “morto” quanto a Lua, presumivelmente dando a todos os potenciais habitantes do Inferno um alívio de sua condenação ardente.

[ Live Science ] [ Foto: Reprodução / Pixabay

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