Primeiro mapa de Marte é criado usando com dados da NASA

de Bruno Rizzato 0

A Ordnance Survey, agência oficial de mapeamento do Reino Unido, criou o primeiro mapa de outro planeta usando dados da NASA. Eles traçaram uma enorme extensão da superfície de Marte para o desenvolvimento da imagem pioneira.

A organização, que completa 225 anos em 2016, fez o mapa como uma forma de experiência, com o objetivo de ver se suas técnicas poderiam ser úteis em futuras missões ao planeta vermelho. Agora concluído, o mapa cobre 3.672 x 2.721 quilômetros, tem escala de 1 a 4 milhões e poderia ser usado para guiar futuras missões a Marte.

“Tornar-se mais familiarizado com o espaço é algo que todos nós queremos, assim, a oportunidade de aplicar nossa cartografia inovadora e o nosso preciso mapeamento a um planeta diferente era algo que não poderíamos ignorar”, disse David Henderson diretor de produtos da Ordnance Survey (OS). “Fomos convidados para mapear uma área de Marte no estilo da OS, porque nossos mapas são fáceis de compreender e apresentam uma visualização convincente. Por isso podemos prever sua utilidade em missões de planeamento e para a apresentação de informações sobre as missões ao público”, completou.

Disponível online e impresso em papel para os futuros desbravadores de Marte, o mapa mostra uma área do planeta chamada de Western Arabia Terra. Esta região engloba os locais de desembarque, tanto do Mars Pathfinder – missão espacial norte-americana lançada em 1996 que enviou um robô para a superfície de Marte – (noroeste do Ares Vallis) e a Sonda Opportunity (leste de Margaritifer Terra).

Chris Wesson, consultor de design cartográfico do OS, desenhou o mapa em cerca de dois meses, focando em um estilo que seria fácil para qualquer um entender, enquanto a maioria dos mapas planetários são concebidos para um público puramente científico. “Nós estabelecemos desde o início que não trataríamos os dados de Marte de forma diferente de como nós trataríamos dados comuns de mapeamento de qualquer outro ponto geográfico na Terra”, disse ele.

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Ele também utilizou uma paleta de cores simples para facilitar a compreensão do terreno. Wesson, que optou não utilizar o vermelho no planeta vermelho, explicou que ela é uma cor “muito dominante”, podendo colidir com sobreposições e textos em outros lugares no mapa. Como ele aponta, mapas da Terra não são sempre verdes e azuis, mas são projetados com a legibilidade em mente.

O maior desafio foi encontrar uma maneira de transmitir informações das variações de altura de um planeta que apresenta muitos desníveis. “Marte tem uma topografia muito diferente da Terra para mapear. A superfície é muito irregular, mas em uma escala grande, existem vastas extensões de terras planas em relação às crateras, cada uma com milhares de metros de profundidade, daí a necessidade de diferentes exageros de iluminação e de superfície. A topografia variante de Marte levou a várias tentativas e erros para descobrir um intervalo de contorno viável”, explicou Wesson.

Wesson não sabe se o mapa poderia ser usado por turistas espaciais um dia. “É um pensamento agradável, que um dia as pessoas possam identificar a paisagem ao seu redor através de um mapa, assim como acontece aqui na zona rural britânica, mas o mapa pode ser bastante diferente até lá”, concluiu ele.

[ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / Ordnance Survey ]

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