Todas as noites podemos olhar para o céu e ver um breu escuro repleto de estrelas cintilantes. Esse fenômeno é conhecido como Paradox Olbers e foi descoberto em 1500, porém ainda intriga os cientistas.

A questão é: se o Universo é essencialmente infinito e eterno, por que não vemos um campo uniforme de estrelas em vez de um escuro?Novas pesquisas sugerem que o Universo é finito, tem uma idade, e está se expandindo mais e mais rápido, o que – de acordo com uma descoberta de Edwin Hubble, em 1929 – desloca a luz das estrelas mais distantes para as cores que os olhos humanos não podem ver.

Mas, de acordo com um novo estudo publicado pelo The Astrophysical Journal, pode haver outra peça para desvendar esse mistério. Anteriormente, os astrônomos estimavam que o Universo tinha cerca de 100 bilhões de galáxias. Já o novo estudo mostrou que esse número é maior do que o estipulado. E devido à velocidade da luz ser finita – e levar bilhões de anos para chegar à Terra – há a possibilidade de eles estarem olhando para o momento em que eram mais jovens.

Foi então que a equipe começou a analisar as manchas mais escuras do espaço. Uma das pesquisas foi realizada pelo Telescópio Espacial Hubble, da NASA, que mostrou as galáxias que existiram no tempo em que o Universo era mais jovem. Segundo os especialistas, o Universo tem cerca de 13,8 bilhões de anos.

Eles contaram as galáxias em vários comprimentos de onda e as traçou em três dimensões, para poder descobrir suas distâncias e idade. Foi então que eles perceberam que a densidade das galáxias aumentou desde a primeira vez que eles olharam. Isso fazia sentido, já que as galáxias se fundem com regularidade e crescem ao longo do tempo. “Nós sabemos que deve haver muitas galáxias mais fracas para além dos nossos atuais limites de observação“, concluíram os autores.

Com base nas novas taxas, eles acreditam que as estimativas anteriores do número de galáxias no Universo observável ser de 2 trilhões, em vez de 100 bilhões. “Esta questão não é apenas de interesse passageiro como uma curiosidade, mas também está ligado a muitas outras questões em cosmologia e astronomia“, escreveu a equipe em seu estudo.

Os pesquisadores dizem que a maioria das soluções para esse paradoxo se dividem em duas vertentes: ou eles explicam como estrelas e galáxias desapareceram ou eles explicam por que um monte de estrelas e galáxias estão lá fora, mas não podem ser vistas da Terra. A ideia mais aceita é que o Universo tem galáxias que não podem ser vistas, além de ter idade finita e tamanho. Mas para Conselice e seus colegas há outra resposta para o enigma.

Os autores sugerem que a galáxia pode ter sua luz parcialmente absorvida por gás e poeira, e em seguida ser emitida através de ondas infravermelhas e ultravioletas, que são invisíveis aos olhos humanos. A equipe espera nos próximos anos tirar proveito das imagens mais profundas do espaço e analisar o comprimento das ondas que o olho humano não pode ver. Este artigo foi originalmente publicado pela Business Insider.

[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ]

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