Por que na Índia as pessoas sofrem com tantas anomalias?

de Merelyn Cerqueira 0

As anomalias congênitas são alterações estruturais, funcionais e metabólicas presentes desde o nascimento, e são responsáveis por uma importante fração dos casos relacionados à mortalidade infantil, especialmente em países em desenvolvimento.

 

Logo, e segundo informações de um estudo publicado na Indian Journal of Human Genetics, 75% dessas anomalias poderiam ser evitadas por meio da administração de efetivos serviços genéticos públicos de baixo custo.

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Considere que na Índia é um país em desenvolvimento e superpopuloso, as pessoas vivem em meio a uma série de fatores de risco para o aparecimento de defeitos congênitos, como a universalidade do casamento, alta fertilidade, grande número de gravidezes não planejadas, falta de cuidados pré-natais, subnutrição, alta taxa de casamentos entre parentes e alta taxa de portadores de hemoglobinopatias, de acordo com o estudo.

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Defeitos congênitos em números

Sendo o segundo mais populoso do mundo, o país também sofre com um grande número de crianças nascidas anualmente com defeitos congênitos. De acordo com o Relatório Global de Defeitos de Nascimentos feito pela Mach of Dimes (MOD), 7,9 milhões de nascimentos com defeitos congênitos ocorrem todos os anos, sendo que 94% deles são de países de média e baixa renda.

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De acordo com o relatório feito em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS) os defeitos de nascimento representam 7% da mortalidade neonatal no mundo. Na Índia, essa prevalência varia de 61 a 69,9 para cada 1.000 nascidos vivos.

 

Os principais defeitos de nascimento incluem deficiências cardíacas, malformações do tubo neural, síndrome de Down, hemoglobinopatias e deficiência em glucose-6-fosfato desidrogenase, que causam 20% das mortes infantis e são responsáveis por um número substancial de internações.

 

É estimado que 70% desses problemas sejam evitáveis. No entanto, por sofrer com uma deficiência de tratamentos especializados, as pessoas acabam se tornando vítimas dessas condições.

 

Soluções

Conforme apontado pelo estudo, deve haver uma concentração maior em estratégias para controlar o desenvolvimento desses defeitos congênitos. Por exemplo, algumas de base populacional que implicariam na fortificação de alimentos com multivitaminas, iodização, suplementação de ácido fólico, cuidados pré-natais e triagem dos portadores de anomalias, são comprovadamente eficazes.

 

Outra ação importante seria a implementação de serviços genéticos comunitários, que poderiam ser facilmente desenvolvidos e integrados junto aos cuidados de saúde mais primários.

[ Fonte: NCBI ]

[ Fotos: Reprodução / Diário de Biologia ]

Jornal Ciência