Por que alguns corpos não se decompõem? A ciência explica os motivos

de Redação Jornal Ciência 0

Sendo a morte a única certeza que temos na vida, quanto maior o conhecimento que temos deste evento tão natural, mais fácil é para o aceitarmos. No entanto, existe um mistério que há muito assombrou a ciência: por que alguns cadáveres simplesmente não conseguiam se decompor? 

Muitos arqueólogos encontraram covas e caixões com séculos de idade que, por vezes, ainda guardavam corpos com pele, músculos e alguns outros órgãos intactos.

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A ciência hoje considera que existem apenas duas razões para que um cadáver permaneça preservado. A primeira envolve causas naturais, enquanto a segunda, intervenção humana. No caso dos processos naturais, estes geralmente ocorrer por secagem, saponificação ou petrificação.

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Se o ambiente em que está enterrado o corpo é suficientemente seco, a mumificação natural e espontânea ocorre por secagem. Isso impedirá que o cadáver seja decomposto por apodrecimento. 

Para isso ocorrer, o ambiente seco também deverá estar livre de insetos, o corpo possuir pouca gordura, e as bactérias internas serem de alguma forma destruídas, uma vez que também podem ajudar no processo de decomposição.

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Assim, se todos esses parâmetros forem identificados em um corpo, ele permanecerá preservado por tempo indefinido. Os ambientes mais comuns para essas condições são as criptas de mosteiros, por isso não é incomum encontrar corpos preservados nestes lugares.

Já para a saponificação, deve haver um ambiente estéril, mas com certa quantidade de umidade. Os tecidos então são submetidos a uma transformação conhecida como “adipocira”, ou cera de cadáveres. A partir do corpo, os tecidos de gordura são transformados em uma espécie de sabão ou cera.

Este processo começa a partir do exterior, quando parte dos órgãos tendem a apodrecer, embora permaneçam em formas precisas.

Já a petrificação é o caso das conhecidas “múmias dos pântanos”. Para que ocorra, é necessário que o corpo não esteja em contato com o oxigênio, mas sim aos minerais dissolvidos no solo úmido e pantanoso. Então, e com a ajuda desses minerais, o corpo começa a ser petrificado, geralmente pela presença de uma substância fossilizante conhecida como carbonato de cálcio.

Além destas maneiras naturais, há os muitos métodos inventados pelo homem, que variam desde as técnicas de mumificação do Egito Antigo até as de conservação de órgãos, feitas em figuras históricas como Lenin e o Papa João XXIII, por exemplo.

Fonte: Super Fotos: Reprodução / Bullenwächter

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