Petúnias laranja vendidas na Grã-Bretanha são ilegais e perigosas

de Merelyn Cerqueira 0

Petúnias não são naturalmente laranja, mas a variedade tem se tornado tendência na Grã-Bretanha. Conhecidas como “Franken-flowers”, elas são geneticamente modificadas de forma ilegal com o DNA da planta do milho.

No entanto, as flores impostoras, que de alguma forma invadiram a Europa, podem abrigar ameaças às culturas e insetos polinizadores, como as abelhas.

Com informações do Daily Mail. A beleza sedutora das petúnias laranja tem nomes equivalentes e evocativos: African Sunset, Pegasus Orange Morn, Potinua Plus Papaya, Bonnie Orange, Sanguna Patio Salmon, entre outros.

No entanto, elas não podem ocorrer nesta cor de forma natural. Quando apareceram no mercado há dois anos, se tornaram uma sensação, uma vez que traziam uma versão alternativa as já bem conhecidas versões roxas e azuis.

Legiões de britânicos foram arrebatados pela tendência, que foi considerada “a cor de 2017”. No entanto, algo sinistro pode estar escondido em suas pétalas brilhantes. A tonalidade laranja, basicamente foi criada por meio de modificações genéticas de DNA feitas de forma ilegal.

Tal falta de supervisão indica que não há uma estimativa de quantas petúnias laranja atualmente sejam vendidas no Reino Unido, ou onde estão.

Ainda, ninguém pode dizer quantas outras plantas geneticamente modificadas sem supervisão estão escondidas nesses jardins. Embora sejam “apenas flores”, elas podem esconder ameaças ainda desconhecidas pela ciência, bem como são capazes de destruir culturas e insetos polinizadores essenciais, como as abelhas e borboletas.

O alerta veio ao Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra) após um órgão de segurança finlandês, Evira, avisar autoridades em toda a Europa de que cientistas já haviam tentado criar petúnias laranja em laboratório, mas sem sucesso real.

Logo, assumiu-se que as novas plantas haviam sido desenvolvidas por meio de técnicas sofisticadas de modificação genética. “Em março, nossa análise mostrou que as plantas apresentavam muitos elementos de modificação genética”, disse Dr.ª Annikki Welling, pesquisadora de botânica da Evira.

A Defra por outro lado afirmou fazer “auditorias regulares” sobre a importação de sementes. Logo, se qualquer coisa suspeita é notada, as sementes são submetidas a varreduras de DNA para verificação de alterações genéticas. 

Como exatamente essas petúnias alaranjadas não foram pegas nesse sistema, ainda é uma questão que a Defra não conseguiu responder. “Estamos analisando como essas sementes passaram”, disse um porta-voz. “Nossas investigações ainda estão em andamento. Não sabemos onde estão ou como se espalharam”.

De acordo com Liz O’Neill, bióloga e diretora do grupo de campanha GM Freeze, “as plantas geneticamente modificadas não testadas podem ter efeitos inesperados no mundo mais amplo da vida selvagem”. 

“As pessoas muitas vezes pensam que a modificação genética de plantas é como brincar com blocos de Lego, mas a ciência ainda não pode prever quais os efeitos incrivelmente complexos que essas alterações podem ter”, disse.

“O conhecimento científico nesta área permanece em estágio inicial”, explicou. “Mas, sabemos que os efeitos podem ser seriamente prejudiciais para outras plantas e criaturas”. 

“Não há benefício social real em modificar geneticamente petúnias para deixá-las laranja. Mas os riscos potenciais são desconhecidos”, acrescentou O’Neill. 

Os vendedores dizem que as petúnias laranja não sobrevivem ao inverno britânico. “Mas, enquanto florescem no verão, podem afetar insetos polinizadores. Elas são, afinal, flores grandes e capazes de atrair insetos.

Agora, se elas vão prejudicá-los ou não, ainda é um completo mistério”, disse O’Neill. Ninguém sabe ao certo qual a origem das flores. Pesquisadores estão trabalhando com a hipótese de que elas foram criadas por cientistas na Alemanha, embora haja uma série de outros suspeitos, incluindo o Japão.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail

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