Pessoas com cães se exercitam mais do que as que não possuem, sugere cientistas

de Merelyn Cerqueira 0

Caminhar com os cães é uma das formas mais eficazes de vencer o declínio físico da vida adulta.

Cientistas da Universidade de East Anglia (UEA) e da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriram que as pessoas mais velhas que possuem animais de estimação dedicam menos tempo ao sedentarismo do que as que não os têm. Um estudo verificou que os animais podem promover um aumento da prática de exercícios físicos, deixando os donos mais ativos, especialmente durante o inverno.

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A pesquisa, publicada no Journal of Epidemiology and Community Health, analisou dados de um estudo de longo prazo que acompanhou a saúde e bem-estar de milhares de pessoas que vivem em Norfolk, na Inglaterra. Verificou-se que possuir um cão é uma das formas mais eficazes de vencer o declínio usual da vida adulta.

Das 3.123 pessoas que participaram do estudo, com médias de idade entre 69,5, cerca de 18% relataram ter pelo menos um cachorro em casa. Destas, dois terços afirmaram caminhar com seus animais pelo menos uma vez por dia.

Os pesquisadores descobriram que estas pessoas eram mais ativas e menos sedentárias nos dias com condições climáticas ruins do que as pessoas sem cães testadas em dias com condições climáticas mais favoráveis.

Nos dias mais frios, aqueles que caminhavam com seus cachorros tinham níveis de atividade 20% maiores do que as pessoas sem cães e que se mantinham ativas 30 minutos por dia.

Os autores do estudo acreditam que as descobertas sugerem que a caminhada com cães “pode ter um potencial considerável para sustentar a manutenção das atividades físicas em adultos mais velhos e pode fazer parte do exercício em sistemas de prescrição”.

“As oportunidades de andar com cães para adultos mais velhos que não possuem seus próprios animais podem ser organizadas por organizações comunitárias locais, instituições de caridade e grupos de caminhadas, uma vez que podem proporcionar benefícios de bem-estar mais amplos associados ao maior contato social”, explica os autores.

De acordo com o autor principal do estudo, Dr. Yu-Tzu Wu, da Universidade de Cambrige, é de conhecimento geral da ciência que os níveis de atividade física diminuem à medida que envelhecemos.

“Estamos menos seguros sobre as coisas mais efetivas que podemos fazer para ajudar as pessoas a manter esse nível”, disse. “Descobrimos que quem anda com cães são mais fisicamente ativos e passam menos tempo sentados”.

“Nós esperávamos isso, mas quando olhamos para o modo como a prática das atividades físicas variava de acordo com as condições climáticas, ficamos realmente surpreendidos com o tamanho da diferença entre os que caminhavam com cães e o resto dos participantes”.

Segundo Andy Jones, da UEA, líder do projeto, o resultado do estudo foi uma surpresa. “Ficamos maravilhados ao descobrir que as pessoas que caminham com seus cães eram, em média, mais fisicamente ativas e passavam menos tempo sentadas nos dias mais frios e úmidos em relação as pessoas sem cães e que se exercitavam nos dias mais quentes de verão”, disse.

“O tamanho da diferença que observamos entre esses grupos foi muito maior do que normalmente encontramos para intervenções, como sessões de atividades físicas em grupo que são frequentemente usadas para ajudar as pessoas a permanecerem ativas”, concluiu.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Max Pixel / Pexels

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