Pesquisadores descobriram que o rato-toupeira-pelado não envelhece

de Merelyn Cerqueira 0

Os ratos-toupeira-pelado (espécie Heterocephalus glaber) já foram objetos de muitos estudos. Por meio destes, cientistas já descobriram que esses animais são imunes ao câncer e capazes de sobreviver até 18 minutos sem oxigênio.

Agora, uma equipe de pesquisadores de uma empresa de biotecnologia da Google, a Calico Labs, fez uma descoberta ainda mais impressionante.

Eles verificaram que esses curiosos roedores são capazes de desafiar todas as lógicas do envelhecimento, segundo informações da Muy Interesante.

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Para todos os mamíferos, o risco de morte aumenta à medida que envelhecem. Essa ideia é descrita pela lei de Gompertz-Makeham, uma equação matemática que descreve a relação do aumento da taxa de mortalidade junto ao tempo.

Para os seres humanos, o risco quase dobra todos os anos após os 30 anos de idade. Este, no entanto, não é o caso com os ratos-toupeira-pelado, uma espécie de roedor que se esconde nos desertos da África Oriental e é considerada em muitos lugares uma praga, uma vez que se alimenta de raízes e tubérculos.

“Para mim, esta informação é a mais emocionante que já obtive e vai contra tudo o que sabemos em termos de biologia de mamíferos”, explicou a pesquisadora Rochelle Buffenstein, líder do trabalho, que estuda a espécie há mais de 30 anos.

Após analisar os registros de 3.299 ratos-toupeira-pelado, ela descobriu que o risco de mortalidade permaneceu em cerca de 1 em 10.000 para o resto da vida dos ratos.

A H. glaber atinge a maturidade sexual aos seis meses de idade. Embora a expectativa de vida média em um espécime de laboratório seja de cerca de 6 anos, em habitat natural algumas podem viver mais de 30 anos, e ainda serem capazes de se reproduzir.

“Nossa pesquisa mostrou que os ratos-toupeira-pelado não envelhecem do mesmo modo que outros mamíferos e, de fato, mostram poucos ou nenhum sinal de envelhecimento e seu risco de morte não aumenta 25 vezes mais após o tempo de maturação reprodutiva”, explicou Buffenstein.

De acordo com os pesquisadores, os achados reforçam a crença de que a espécie é ainda mais excepcional do que pensamos e deve ser estuda ainda mais para ampliarmos nossa compreensão de seus mecanismos biológicos da longevidade.

No entanto, mais pesquisas devem ser feitas para verificar se essa tendência pode ser observada após 30 anos de vida.

Atualmente, o rato-toupeira-pelado mais velho do mundo tem 35 anos e vive no laboratório de Buffenstein.  

Fonte: Muy Interesante Fotos: Reprodução / Jornal Ciência

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