Pela primeira vez, momento em que cascavel ataca roedor é capturado em câmera lenta

de Merelyn Cerqueira 0

Consideradas algumas das criaturas mais temidas do reino animal, a verdade é que pouco sabemos sobre as atividades predatórias das cascavéis. Com isso em mente, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, utilizaram câmeras 3D para capturar, pela primeira vez, imagens em câmera lenta do ataque da cobra à um rato-canguru, de acordo com informações do jornal Daily Mail. As imagens mostram que, embora a cascavel seja rápida no ataque, ela falha muito, desperdiçando energia e a refeição. Timothy Higham, que liderou o estudo, afirmou que as interações entre predador e presa são naturalmente variáveis, muito mais do que é possível observar em um ambiente controlado de laboratório.

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A tecnologia agora nos permitiu entender o que define a captura e a evasão bem-sucedidas em condições naturais”, disse. “É nessas condições que o predador e a presa evoluem. Portanto, é absolutamente fundamental observar os animais em seu habitat natural antes de tirarmos conclusões em laboratório”.

Logo, os pesquisadores definiram o objetivo de explorar os fatores que determinavam o sucesso ou fracasso de um ataque ou fuga. Os resultados sugeriram que os ratos-cangurus podem amplificar sua força quando são atacados pela cobra através de um “armazenamento de energia elástica”. De acordo com Higham, esse armazenamento de energia elástica ocorre quando o músculo estende o tendão e depois relaxa, permitindo que ele retroceda como uma fita elástica sendo liberada de sua posição de tensão, equivalente à ação de um estilingue.

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É provável que o rato use os tendões de sua perna inferior – semelhante ao nosso tendão de Aquiles – para armazenar energia e liberá-la rapidamente, permitindo-lhe saltar depressa e fugir do ataque”, explicou. Ainda, o resultado do ataque pareceu depender muito da precisão da cobra, altamente variável, e da capacidade de perceber e fugir da presa.

As imagens em habitat natural foram registradas em Novo México, EUA, durante uma noite de verão de 2015 e sob iluminação infravermelha. Enquanto que vários estudos anteriores já analisaram ataques de cobras em vídeo, este, de acordo com os pesquisadores, é o primeiro a quantificar os ataques por meio de vídeos em câmera lenta e na natureza.

Para coletar os dados, os pesquisadores rastrearam cascavéis através de transmissores implantados. Uma vez em posição, a equipe carregou os equipamentos de filmagem até o local e montou um “estúdio” em volta dos animais. Então, esperando pelo ataque, eles viram de perto a cobra errar inúmeras vezes até perder completamente o alvo. Ainda, descobriram que, na natureza, o ataque da cascavel supera as velocidades observadas em laboratório.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ]

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