O Grande Colisor de Hádrons agora está 60% mais poderoso!

de Merelyn Cerqueira 0

Tido como a maior experiência científica do mundo, o Grande Colisor de Hádrons (LHC) com seus oito anos de existência já foi capaz de mudar nossa compreensão sobre o Universo e as partículas que o compõem. A descoberta do bóson de Higgs, em 2012, instaurou um dos momentos mais relevantes e definitivos da Física.

Depois de um certo tempo fora dos holofotes, ele está volta – e mais poderoso do que nunca – para uma segunda temporada de pesquisas, já que, de acordo com os físicos responsáveis, existe uma série de descobertas ainda maior a ser feita. 

Basicamente, o LHC funciona através da aceleração de feixes de partículas – geralmente fótons – a uma velocidade próxima à da luz, atirando-as por seu túnel circular de 27 quilômetros de comprimento, localizado abaixo da Suíça e da França. As partículas são movidas por eletroímãs supercondutores que cercam o túnel feito de metal e são mantidas a uma temperatura de -271,3 graus Celsius.

Quando em execução, dois feixes de partículas viajam em direções opostas ao longo dos tubos – ambos mantidos em condições de extremo vácuo – antes de colidirem um com o outro. As criações de tais colisões de alta energia entre minúsculas partículas subatômicas são incrivelmente raras e duram algumas frações de segundos antes de decaírem.

Nas primeiras pesquisas, entre 2009 e 2013, os pesquisadores realizaram colisões em 8 tetraelectronvolts (TeV) – poderoso o suficiente para fornecer evidências da existência do bóson de Higgs, uma partícula que, de acordo com hipóteses, teria originado a massa do Universo.

Após uma pausa de dois anos, o LHC começou oficialmente sua segunda temporada de pesquisas em abril do ano passado, com atualizações que o deixaram apto a atingir energias recorde de 13 TeV. Isso significa que a máquina está 60% mais poderosa, e pode nos contar ainda mais sobre nosso Universo, bem como revelar novas partículas.

O desejo dos pesquisadores é que ele possa finalmente revelar as partículas responsáveis pela matéria e energia escura – duas forças misteriosas que compõem 96% de nosso Universo.

Novas pesquisas também poderiam nos ajudar a entender por que há muito mais matéria do que antimatéria no Universo, e talvez até mesmo corrigir um dos maiores problemas da Física moderna: o fato de que o Modelo Padrão da Física de Partículas (o melhor conjunto de equações que temos para compreender o Universo) não pode explicar a gravidade.

As colisões também poderiam possibilitar a descoberta de evidências de dimensões extras, ou universos paralelos – que estão próximos, mas fora de nosso alcance.

[ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / CERN ]

Jornal Ciência